A espera está chegando ao fim! Estreia hoje à noite na HBO Max o primeiro e aguardado episódio da adaptação de The Last of Us para as telinhas. Mas será que foi uma produção fácil de ser feita? Será que vai agradar os fãs mais apaixonados pelo mundo apocalíptico de Joel e Ellie? Pensando nisso, parte do elenco e os criadores da série participaram de uma coletiva em São Paulo. O Pipocas Club esteve presente e contamos aqui para vocês tudo que rolou nessa mega entrevista.
Para abrir a conversa, o showrunner Craig Mazin conta qual foi o maior desafio de transferir The Last of Us dos games para uma produção audiovisual. Segundo ele, o intuito nunca foi replicar o jogo e sim aprofundá-lo ainda mais:
“Acho que o maior desafio foi considerar que o game é imersivo e feito para o jogador ‘brincar’ com a narrativa, na televisão não é assim que funciona. Foi complexo separar qual parte da história dá para ser transferida para a série e qual simplesmente não dá. Escolher o que é melhor de assistir e o que é melhor de jogar.”
Ele continua e ainda tem um palpite do motivo de tantos filmes baseado em jogos serem um fracasso: “Acho que é por conta disso de as adaptações de games sofrem tanto, elas sempre tentam emular a experiência com fidelidade, mas isso nunca vai ser igual, não tem como”.
“Em The Last of Us nós não replicamos o jogo, nós nos inspiramos nele para criar um novo produto dessa história. Nós vamos além, nós fizemos bem mais e mostramos bem mais do que nos jogos. É uma experiência muito mais completa que estamos dando ao público e aos fãs.”
Já o criador dos games, Neil Druckmann, diz: “O clima também foi um enorme desafio, estava muito frio quando gravamos a série. Mas além disso nós olhamos para a essência, para o que é necessário manter e o que poderíamos tirar sem que os fãs sintam falta. Qual é a mensagem da história? Seus personagens? Tudo isso nós refletimos muito para adaptar. Na série temos diferentes tipos de emoções que o jogo não nos permitia fazer.”
“Às vazes as sequências são idênticas dos games, mas nós também desviamos alguns momentos para fazer algo novo e fascinante, um show realmente poderoso”
O astro Pedro Pascal conta o que aprendeu estando na pele de Joel por mais de 1 ano nas gravações e se já havia jogado o jogo antes de ser escalado para viver o protagonista: Pedro: “Cara, para mim tudo isso é fascinante. É um tipo de material que nunca tinha trabalhado antes, mas é um material muito informativo. Eu acho que isso que estamos ‘parindo’ juntos é sensacional. Sei que Craig [o showrunner] não queria que nós jogássemos os jogos ou víssemos vídeos, na busca por criar algo novo, mas eu e Bella secretamente estudamos e jogamos, desculpa aí.” ele ri, “Isso serviu para que pudéssemos colocar todas as partes juntas e enxergar a beleza que vem do material original de The Last of Us. Nós ficamos ‘grávidos’ e ‘parimos’ esse mundo juntos nas telinhas”.
“É verdade, nós jogamos um pouco em segredo, mas nenhum de nós é gamer, então tivemos dificuldade com os botões e tudo mais. Ficamos mais assistindo gameplay de outras pessoas. Mas na série o impossível ganha vida. Nós gravamos a série por cerca de 1 ano e tivemos dificuldades com as condições do clima, foi um grande desafio, mas estou muito orgulhosa do que fizemos e tenho certeza que os fãs vão surtar”, contou Bella Ramsey, que dá vida à Ellie.
Já para Merle Dandridge, que vive Marlene na série e também a dubla nos games, a experiência foi poderosa e muito por conta da pressão de fazer algo grandioso: “Para mim foi incrível ver como essa história tem pessoas realmente apaixonadas cuidando dela por trás das câmeras. Todos desse show se importam demais com a forma como a série carrega a essência dos jogos. Fazer parte disso é uma enorme experiência. Essa personagem que eu faço foi um verdadeiro presente para mim”.
“É algo assustador de fazer por conta da responsabilidade, mas é maravilhoso”.
Gabriel Luna, que dá vida ao Tommy Miller, conta que é fã dos jogos, que é gamer, mas que precisava de tempo para avançar a história pois cada cena o deixava emotivo: “A primeira vez que conheci The Last of Us foi mesmo em 2013, quando o primeiro jogo saiu. Eu não tinha um Playstation na época, mas ia na casa de um amigo jogar. Pra mim foi incrível pois eu nasci em Austin (Texas), lugar onde o jogo começa, fiquei muito animado quando vi isso, mas nunca consegui terminar o jogo. Foi só ano passado, quando fui convidado para a série, que eu joguei, explorei a história e aprendi tudo sobre ela. Minha esposa pedia para levar o lixo para fora e eu estava jogando ‘desculpa querida, tô trabalhando’. Mas tive que jogar em pequenas doses. A trama e densa, triste, eu estava constantemente emocionado.”
“Os sets foram incríveis, eu imergi totalmente. O time de produção fez um trabalho absurdo. Tinha muita computação gráfica, claro, mas a maior parte foi efeito prático.
Eu conseguia sentir nas mãos a textura dos locais. No fim, até consultor sobre Austin eu acabei sendo, foi incrível e muito divertido fazer parte”
Agora, e a pressão dos fãs? O elenco contou um pouco como lidam com a expectativa dos apaixonados pelo material de origem:
“Para mim, não é novidade nenhuma estar no meio desse turbilhão geek. Passei muito tempo com esses personagens, eu sei como as pessoas se apegam a eles e tentam protegê-los. Eu entendo totalmente essa paixão, mas posso garantir que fizemos um ótimo trabalho na série. Não estou preocupada, vai ser divertido. E quem quiser odiar o show, vai odiar de qualquer jeito. Mas eu não acho que alguém vai odiar o que fizemos.”, disse Ramsey.
Já Pascal diz que entende o amor excessivo e promete que não vai decepcionar: “Eu entendo todo esse amor e proteção pois eu mesmo sou consumidor de filmes e séries e eu me apaixono por personagens e surto se fazem algo ruim com eles… como em Star Wars. Mas a nossa série é outro nível, é uma experiência imersiva dentro do mundo desses personagens. Os criadores estão envolvidos em cada decisão e eles amam tanto o que fazem, amam tanto os jogos e os jogadores, que não tem como dar errado.”
“Isso tudo é feito por fãs e para os fãs, com muito coração. Fiquem tranquilos, está em boas mãos”.
“Quando joguei o game pela primeira vez, não tive muitos sentimentos por Joel e pela Ellie, pois eu não os conhecia. Joel parecia um cara rabugento e cansado e Ellie vivia no seu quarto sendo uma chata. Mas, durante a jornada, você começa a se apaixonar por cada um deles. E nós criamos um relacionamento com eles no fim das contas. Mas na série nós pedidos aos fãs para recomeçar, voltar ao início e se apaixonar novamente por eles. Tenho certeza que vocês terão ainda mais amor por esses personagens”, diz o showrunner.
E quando o assunto é lágrimas, sabemos que o lado emocional de The Last of Us fala mais alto. Será que isso vai se manter na produção da HBO? Dandridge responde:
“Olha, eu não sou chorona, mas tenho que confessar, não teve um dia em que eu não caia no choro no set. Eu estava visceralmente comovida por tudo que acontecia. Quando vi o elenco com o figurino completo pela primeira vez, quando interagi com Joel e Ellie em live-action, foi comovente. Fruto de um trabalho fantástico dos criadores para que o nosso amor por essa história pudesse subir de nível. É uma honra fazer parte.”
“Seus corações vão se partir de uma forma totalmente nova, mesmo se você já conhece os jogos, eu prometo.”
Para encerrar, o nome por trás dos jogos, Neil Druckmann, garante que a HBO fez um bom trabalho e que os fãs vão surtar quando assistir:
“Só de andar pelo set você já sente o amor pelo material original. A primeira vez que visitei a casa do Joel, por exemplo, eu tive que atender uma chamada de vídeo da Naughty Dog e entrei em um dos quartos cenográficos e fiquei: ‘meu deus, olha o tapete, olha a roupa de cama, olha os pôsteres, eles fizeram idêntico cara’. Foi um sentimento único e surreal.”
“Mal posso esperar para que todos possam assistir a série e se sentir como eu me senti. A série da HBO honra o nosso jogo como nunca imaginávamos que seria possível”.
E aí, ficou ansioso? A série estreia hoje (15) às 23h na HBO e HBO Max.
THE LAST OF US foi escrita por Craig Mazin e Neil Druckmann, que também assinam a produção executiva. A série é uma coprodução com a Sony Pictures Television e tem produção executiva de Carolyn Strauss, Evan Wells, Asad Qizilbash, Carter Swan e Rose Lam. PlayStation Productions, Word Games, The Mighty Mint e Naughty Dog também estão produzindo.
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