Crítica | Uma Quedinha de Natal – Lindsay Lohan voltou e o mundo ficou melhor

Ouviu um sino? Pois está oficialmente aberta a temporada natalina da Netflix e, nesse ano, em grande estilo, afinal, conta com o aguardado retorno de Lindsay Lohan aos filmes de alto alcance após polêmicas e uma passagem por filmes b. E quem clicar em Uma Quedinha de Natal (Falling for Christmas) na plataforma, vai receber exatamente o filme que busca assistir: uma comédia alegre, clichê e iressistível por conta da presença da estrela de Meninas Malvadas.

Sob o comando da diretora pouco conhecida Janeen Damian, o enredo é centrado em uma mimada herdeira que cai em uma circunstância enriquecedora que a faz crescer como pessoa. Ainda que tenha doses extras de alegria natalina e charme de comédia romântica netflixiana, há muito mais do que isso. Seu espírito subversivo, inteligência feminina e doce sentimentalismo misturam a fórmula e o festivo, tornando as coisas mais animadas e empolgantes.

A trama e o elenco

A trama – que não foge do modelo clássico – acompanha a rica herdeira Sierra Belmont (Lohan), que planeja passar um Natal “inesquecível” no resort de esqui exclusivo de seu pai com seu namorado narcisista e obcecado por fama social, Tad Fairchild (George Young). Ela espera que seu pai lhe ofereça um emprego como vice-presidente da propriedade para lhe dar algo para fazer em vez de passar seus dias imersa em champanhe, caviar e alta costura. Seu desespero para ser mais do que apenas isso é tanto, que ela aceita uma proposta de casamento no topo de uma montanha.

No entanto, o destino (eu chamo de solução fácil de roteiro) intervém e a jovem cai em direção a sua nova vida e um novo amor, quando, por sorte, encontra o galã-pai-solteiro e viúvo Jake Russell (Chord Overstreet) para resgatá-la. Jake lhe oferece ajuda e Sierra, com amnésia, passa a morar em sua humilde pousada durante o período natalino, até que possa se lembrar de quem é. Com isso, se você está familiarizado com o gênero, sabe que essa mudança de ares da jovem irá transformá-la por dentro, assim como todos à sua volta.

E o trabalho dos roteiristas está exatamente na busca – por vezes falha – de subverter clichês habituais e tentar “enganar” o público com algumas reviravoltas adicionais ao estilo “jovem com lesão cerebral traumática que muda de vida”. Há muitos filmes assim e este é apenas mais um deles. Ainda assim, há bons alívios cômicos e piadas que funcionam, especialmente por conta do “natalverso” da Netflix e as inúmeras referências à filmes natalinos, como O Príncipe do Natal, assim como uma singela homenagem ao legado de Meninas Malvadas com Lohan cantando “Jingle Bell Rock”.

Apesar de boa parte do começo ser bastante expositivo, o restante da trama até fornece algumas sutilezas inesperadas, como na jornada pessoal de Sierra, que vai de egoísta a altruísta, mas que não é uma completa mudança de personalidade, uma vez que, desde o começo, ela já possuía traços de compaixão e amor. E convenhamos, Lindsay Lohan é fácil de se gostar.

A atriz se diverte no papel, passando a leveza necessária para Uma Quedinha de Natal. O melhor de tudo é que a protagonista não precisa de muito incentivo masculino para “ser melhor”, ela por si só encontra seu destino em uma vida mais simples longe do pedestal, uma fórmula bem Disney se parar para pensar. Lohan vem com tudo e dá a sua personagem – que em mãos menores poderia ter sido esquecível – um senso de humor comovente, vulnerabilidade e doçura, também nos momentos mais dramáticos. A química com Overstreet está ali, diferente de alguns filmes que força demais e não sai da água com açúcar.

Conclusão

A temporada natalina começou em grande estilo com o comeback de uma das estrelas mais queridas do cinema. Lindsay Lohan está de volta e Uma Quedinha de Natal aproveita todo seu carisma e potencial para divertir e emocionar através de um filme alegre, festivo e que não gasta suas energias tentando ter a inteligência que não possui. Há, de fato, um entretenimento neste filme que é difícil de resistir.

Mesmo com poucas surpresas e um roteiro todo trabalhado nos clichês do gênero, não é difícil se apaixonar pela atmosfera leve e despretensiosa da história, que nos leva de volta para os momentos mais nostálgicos da Sessão da Tarde. O filme é o que promete ser, sem tirar nem pôr, e para o bem ou para o mal, ao menos preenche o espírito natalino e antecipa o adocicado do panetone, sendo Lindsay Lohan a estrela mais brilhante possível no topo da árvore.

NOTA: 7/10

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