Crítica | “De Férias da Família” nos faz querer tirar férias da Netflix

É, parece que a Netflix está mesmo empenhada em fazer filmes ruins agora. Sua nova aposta na comédia é De Férias da Família (Me Time), filme estrelado pela dupla Kevin Hart e Mark Wahlberg. A mais nova adição à prateleira de “filmes de famílias atrapalhadas” só se sustenta mesmo pelo carisma dos astros e a energia da dupla em cena. Fora isso, não espere por nada revigorante.

Ainda que tenha algumas tentativas fracassadas de tocar em assuntos interessantes – como amizade e até onde é possível se doar para a família – o filme acaba sendo sobre os tropos e clichês que acompanham o gênero, uma vez que o roteiro não possui nenhuma energia ou mesmo inteligência para subvertê-los. Sem muito a oferecer, o longa preenche a lista de elementos clássicos, pensados para agradar o algoritmo da plataforma, e se prova uma desanimada perda de tempo.

A trama e o elenco

O enredo de “De Férias da Família” é recortado e colado de outras obras semelhantes – como Eu Te Amo, Cara – e inclui mal-entendidos clichês, participação especial de um astro da música, travessuras geradas por personagens pouco inteligentes, decisões apressadas para fazer rir e várias outras trivialidades que servem para familiarizar a trama com o público que busca algo leve e sem compromisso ao mostrar um pai de família que decide se reconectar com um amigo de longa data. E nisso, o filme entrega o que promete e até funciona em partes, pelo menos muito melhor do que em seus diálogos engessados.

Não é que não haja boas risadas no filme, mas é que nada soa orgânico. O problema com Kevin Hart (Paternidade) – e a razão pela qual quase nunca gosto de seus filmes – é que eles são baseados na sua energia ao invés de escrita inteligente. Já Mark Wahlberg (Uncharted) pode até ser ótimo em comédias, mas ele precisa interpretar alguém que seja realmente engraçado. Regina Hall (Tudo Mundo em Pânico), por fim, é ótima e muitas vezes (felizmente!) rouba a cena.

É apenas no segundo ato que a timidez de Hart e o entusiasmo idiota de Wahlberg brilham mais, afinal, o filme é sobre a química deles. Uma pena que demora demais para chegar lá. A trama simplesmente não anda. O diretor John Hamburg (Quero Ficar com Polly) escreve comédias extremamente engraçadas, mas parece ter perdido o tato desta vez e cedido ao genérico.

Conclusão

Roteiro preguiçoso marca o tom de De Férias da Família, mais um filme fraco da Netflix feito sob medida para agradar algoritmo e que não oferece nada além disso. A comédia atira para todos os lados para criar sua trama caótica mas, no fim, não acerta alvo nenhum. Nem como distração o humor funciona.

A obra pega cenas que uma vez foram engraçadas em outros filmes semelhantes e estraga cada uma delas. Mesmo com a boa química do elenco e algumas poucas risadas genuínas (o mínimo, né?), as palhaçadas são tão bregas, exageradas, desconexas a ponto de nos fazer querer é tirar férias da Netflix por um bom tempo.

NOTA: 2/10

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