Crítica | Missão Resgate – Liam Neeson merece um gelo depois desse filme

Não é demérito pagar por algo e saber exatamente o que esperar daquilo, afinal, ir ao cinema está caro e as decisões precisam ser certeiras, não é mesmo? Na realidade, alguns astros entregam fielmente o que sua própria imagem vende e, quanto a isso, Liam Neeson talvez seja um mestre inigualável, uma vez que o ator tem feito o mesmíssimo filme por mais de uma década. Agora, depois de todas as variantes de Busca Implacável, sua nova empreitada é Missão Resgate (The Ice Road), em que interpreta um motorista de estrada de gelo. Sua missão no filme? Como diz o título: resgatar um grupo de mineiros presos em um oceano congelado. Sem novidades ou qualquer tentativa de inovação, o resultado é uma sensação constante de déjà vu. Mas isso você já deve estar preparado.

A trama e o elenco

Ainda vivendo o mesmo herói dos filmes de ação que tão bem representa (e não parece ter desejo de se atualizar aos 69 anos) Neeson entrega o carisma de durão de sempre e a trama se sustenta mais pela assistência de atores de renome de Hollywood – como Laurence Fishburne (Matrix), Amber Midthunder, Benjamin Walker e Marcus Thomas – do que pela sua própria presença em si. Essa aventura da terceira idade começa explosiva – através de uma boa cena de ação inicial para fisgar o público – e caminha tortuosa pelo trajeto, ganhando mais força à partir de seu clímax, onde o ritmo aumenta ligeiramente. Ainda assim, o enredo completamente genérico e previsível encontra dificuldades de deixar sua marca.

Ambientado no Canadá, depois que uma remota mina de diamantes desmorona, um motorista de estrada de gelo chamado Mike (Neeson) deve liderar uma maluca missão de resgate sobre um oceano petrificado para salvar os homens presos. Lutando com o degelo das águas e uma grande tempestade, eles descobrem que a ameaça real é aquela que eles nunca viram chegando.

Dessa premissa, há sim algumas boas cenas de ação (é o mínimo né?) e a direção cria tensão através das dificuldades da missão e do lugar inóspito, mas nunca ultrapassa a barreira de provocar surpresa, ou seja, a busca implacável aqui consiste em transformar esse cafona episódio de uma série qualquer do History Channel em um longa-metragem cinematográfico.

E, no geral, falha catastroficamente, muito por conta da falta de maestria do cineasta Jonathan Hensleigh (O Justiceiro). O excesso de diálogos expositivos (como se o público não tivesse a capacidade de entender uma trama tão básica), uma chuva constante de clichês e artifícios de roteiro e problemas no ritmo fazem a obra perder qualquer controle, mesmo que o protagonista seja um piloto habilidoso. Porém, no entanto, há uma energia brega de filmes de ação dos anos 90 que acaba mantendo nossa atenção imersa, mesmo que apenas nas cenas mais aceleradas, algo que pode até mesmo divertir quem busca nada além de algo zona de conforto.

Conclusão

Dessa forma, apesar de acelerar o ritmo, Liam Neeson está preso no mesmo filme genérico por mais de uma década. Missão Resgate, ao contrário do título, não consegue nem de longe resgatar sua carreira do fundo do oceano congelado. Mais um terrível caso de um astro de ação que se petrifica na fórmula básica e acha que seu carisma será o suficiente para vender ingressos. Infelizmente, merece um gelo. O longa de ação – ainda que possua um divertido saudosismo dos anos 90 e um elenco sênior competente – é repleto de incoerências narrativas, clichês bobos e uma longa viagem fria rumo ao esquecimento.

Nota: 3/10


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