Crítica | Hypnotic – Nem Kate Siegel torna esse thriller hipnotizante

Se tem uma atriz que definitivamente hipnotiza nas telas da Netflix, essa é Kate Siegel e seu talento nato para viver a musa dos melhores thrillers e horrores da plataforma. Após roubar a cena nas séries A Maldição da Residência Hill, A Maldição da Mansão Bly e Missa da Meia-Noite, agora ela acaba por escolher o caminho mais seguro ao viver uma mulher que busca a ajuda de um hipnoterapista para mudar sua vida pacata em Hypnotic, novo suspense psicológico Original da Netflix que, por si só, já se vende pela capa. Mas o filme cumpre devidamente o que promete, ainda que tenha dificuldades de sair da mesmice e aproveitar as ótimas ideias da sua premissa repleta de reviravoltas.

A trama e o elenco

Apesar de sustentar a pose de ser um thriller inteligente e confuso, na realidade o enredo é bastante simples, previsível e descontraído. Não chega a ser descaradamente óbvio, mas sua trama constrói alguns enigmas decifráveis e, para quem gosta de desfecho mastigado, esse filme se organiza muito bem ao acompanhar a rotina de Jenn Thompson (Siegel), uma mulher que vive em uma em crise existencial desencadeada por estar numa fase complicada de sua vida.

Desempregada e ainda apaixonada por seu ex, ela acaba por ceder aos pedidos de sua melhor amiga (Lucie Guest) e procura a ajuda de um terapeuta (interpretado por Jason O’Mara). Porém, o profissional acaba por abusar de seus “poderes” hipnóticos e coloca Jenn sob seu feitiço.

À partir desse ponto, a narrativa de Hypnotic cresce e ganha uma energia bastante divertida e intrigante, uma vez que Jenn precisa encontrar uma forma de sair do pesadelo em que se encontra. O roteiro possui uma boa progressão e nos apresenta o conceito psicodélico dessa terapia distorcida e sinistra que, nada mais é que uma perfeita alusão aos abusos psicológicos masculinos nas vidas das mulheres.

A luta por controle, por domínio e a necessidade de manipular seus sentimentos nessa busca bizarra por liderança são os assuntos existentes nas lacunas entre uma sequência de suspense e outra. Por sorte, a duração curta do longa também ajuda nessa imersão sem que a história perca sua força.

Como Kate Siegel domina o palco e brilha mais uma vez (provando que seu talento não é mérito da condução de Mike Flanagan), as demais performances são mantidas apenas na superfície, sem destaques memoráveis.

A direção

A dupla Matt Angel e Suzanne Coote cria alguns planos mais elaborados e faz o possível para tirar o aspecto “filme para TV” de Hypnotic, mas não há muito que ser feito, uma vez que o baixo orçamento e alguns problemas evidentes de produção e roteiro navegam contra a maré e nunca permitem que o thriller alcance as expectativas que promete.

Os mistérios são rasos e construção de atmosfera da direção falha inúmeras vezes pela falta de conceito e identidade particular. Tudo é muito genérico, a formula se repete e não deixa espaço para surpresas. Apesar da ideia de alguém colocar memórias falsas na cabeça de outra pessoa e da vibe onírica desse tipo de obra dar bastante margem para fazer algo surtado e singular, aqui as boas ideias ficam apenas na teoria.

Conclusão

Através disso, o ótimo conceito de Hypnotic se perde numa execução falha e tediosamente comum. Kate Siegel é uma estrela e, como tal, brilha mais que todos e mais uma vez rouba a cena, porém, nem seu carisma sinistro e magnético é capaz de nos hipnotizar. De qualquer modo, ainda que possua inúmeros problemas no roteiro, a trama é divertida e há algumas boas reviravoltas que fazem o percurso ser enigmático. Serve apenas para entreter, e não há nada de errado com isso.

Nota: 5/10


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