Finalmente já está disponível na Netflix o suspense francês de ficção-científica Oxigênio, estrelado por Mélanie Laurent (Bastardos Inglórios) e dirigido por Alexandre Aja, nome por trás de filmes aclamados como Viagem Maldita e Predadores Assassinos. A trama claustrofóbica, repleta de reviravoltas, termina com um desfecho bastante sugestivo e esse artigo irá explicar cada detalhe que pode ter passado despercebido para entender o final.
[CUIDADO COM SPOILERS]
Afinal, quem era Elizabeth Hansen?
Em primeiro lugar, Elizabeth Hansen é uma mulher presa em uma câmara criogênica. Essa é a totalidade de sua identidade durante os primeiros 30 minutos do thriller de Aja. Com o tempo, com a ajuda de uma mulher misteriosa e um assistente de IA, ela descobre que era uma cientista focada na mutação e clonagem de ratos. Ela era mãe e casada com um homem chamado Léo. A partir dos instantâneos de suas memórias, sua pesquisa foi aclamada pela comunidade médica, embora tenha levado a pesadelos e dilemas éticos. Cada vez que ela enfia os dedos em suas feridas na câmara, sua antiga vida flui de volta para sua consciência, dando-lhe um vislumbre de quem ela era antes de ser esta prisioneira ali.
Hansen descobre que seu marido adoeceu com um vírus mortal, que parece ter devastado o mundo. Ela viu seu Léo morrer e, à medida que crescia, seu trabalho se dedicou a encontrar uma maneira de trazê-lo de volta. Tudo isso vem em pedaços, deixando o público preencher os espaços em branco. Laurent faz o possível para expressar essa jornada através da angústia estabelecida nas linhas de seu rosto, mas o diretor decide deixar muito para a imaginação.
Ainda assim, leva tempo para entender por que ela está nesta câmara criogênica, e a surpresa vem no terceiro ato, quando Hansen percebe que ela não é realmente a Elizabeth Hansen original. Ela é um clone de si mesma, flutuando em direção a um novo planeta, projetado para ser o lar da raça humana repovoada. Devido a uma série de fatores, muitos que parecem familiares em nossos ciclos de notícias atuais, desde o aquecimento global até um número crescente de doenças infecciosas letais, os humanos do mundo de Hansen não sobreviverão por mais 100 anos. Antes de morrer de velhice, ela parte em uma missão, junto com um clone de seu marido e centenas de outros clones, para chegar a um novo lar e uma segunda chance de viver.
Um choque de ficção científica que acaba fazendo muito sentido, o ato final de Oxigênio termina com mais do que um toque de esperança, quando Laurent reconecta seus IVs em uma sequência dolorosa, guiada por agulhas, com meros minutos de oxigênio restantes. Ela dirige o oxigênio da câmara de outra pessoa, alguém que infelizmente não sobreviveu à longa viagem espacial. Depois de se recolocar e entrar em coma, o diretor nos dá um vislumbre desse novo planeta, um destino maravilhoso para reiniciar uma espécie. Na última cena, ao lado de seu marido – já no planeta habitável – Hansen parece saudável e feliz, apesar do trauma que ela sofreu, não mostrado nesses momentos finais.
Com isso, o diretor está nos dando esperança como raça humana? Ele está apenas tentando nos dar um final feliz depois de um ano de sofrimento e morte que estamos passando? Apesar de tudo, de fato, o clone de Elizabeth Hansen sobreviveu à viagem, fazendo seu contato de 90 minutos com a morte, as alucinações baseadas em ratos e a punhalada intravenosa valerem a pena. No fim, Liz consegue sim chegar ao planeta e não, não é apenas uma alucinação.