Artigo | Ei, você já jogou Asura’s Wrath?

Asura’s Wrath é um jogo sobre vingança, mas vai muito além disso.

Desenvolvido em conjunto pela Cyberconnect2 (famosa pela série de jogos Ninja Storm do Naruto) e pela Capcom, Asura’s Wrath é um jogo de ação com bastante do seu foco voltado para mecânicas de quick time event, nas quais o jogador deverá acertar comandos solicitados na tela para completar uma ação de Asura, como atacar inimigos, desviar de ataques ou se recuperar de quando um ataque é recebido.

O jogo pede ao jogador para executar comandos expostos na tela.

A história gira em torno do protagonista Asura, que é um Semideus, um dos Oito Guardiões Generais de Shinkoku Trastrium, a maior nação unificada do planeta Gaea. Asura é a divindade que representa a fúria (wrath). As coisas desandam quando o líder dos Oito Guardiões, Deus, conspira para matar o imperador de Shinkoku, Strada, tomar o controle de seu poder bélico, e sequestrar a filha de Asura, Mithra, que é portadora de um poder capaz de salvar a humanidade da resposta do planeta a industrialização e sua destruição, os Gohma. Nesse processo, Deus culpa Asura pelo assassinato do imperador, e faz sua imagem a de um traidor, banindo ele de Shinkoku para os confins de Gaea. Doze mil anos depois, Asura volta determinado a se vingar e salvar sua filha.

O jogo carrega uma temática budista.

O jogo tem formato episódico, apesar de ser vendido como um pacote completo dividido em 3 partes de 6 episódios cada, e a parte IV, contendo o final verdadeiro, foi disponibilizada posteriormente, contendo 4 episódios, através de um pacote de DLC(conteúdo baixável).

Apesar de ser um jogo bastante único e explorar diversos tipos de jogabilidade, ele falha em alguns aspectos. Ele varia entre sessões de on-rail shooter, de combate em arena e de quick time events. As sessões de shooter são as que menos me agradam, nelas você avança continuamente enquanto usa o analógico para mirar, e quadrado/Y para atirar. Nesses momentos, você não se sente fazendo muita diferença no que acontece no jogo, parece apenas um momento passageiro entre os acontecimentos importantes. Nos momentos de combate em arena o jogo começa a brilhar, até porque o combate leva aos quick time events, que são os melhores momentos do jogo. Nessa parte podemos fazer uma ponte com os jogos do Naruto. O combate é muito parecido nos dois jogos, no entanto, os jogos do Naruto são mais aprofundados e bem balanceados, visando o multiplayer PVP, enquanto Asura’s Wrath capricha mais na apresentação e na grandeza de momento a momento. A grande falha no combate do jogo para mim é a falta de um botão de defesa, deixando o jogador dependendo apenas de counters pontuais e uma esquiva pouco generosa.

Asura luta contra os Gohma na órbita de Gaea num momento On-Rail Shooter.

O jogo foi bem recebido pela crítica na época, justamente por ser inovador e diferente, mas, por alguns motivos, a comunidade não aceitou bem o jogo. A versão de Playstation 3 sofre bastante com seu desempenho, enquanto a contraparte de Xbox 360 é até hoje considerada a melhor versão, até fazendo parte do sistema de retrocompatibilidade e podendo ser jogada no Xbox One e Series X|S. Seguindo, muitos jogadores ficaram descontentes com os sistemas de Quick Time Event, considerando que aquilo não seria um “jogo de ação de verdade”. E por fim, a polêmica do verdadeiro final do jogo está disponível apenas numa compra posterior, como já dito aqui.

Capa da versão americana para Playstation 3.

Entenda: o jogo base tem um arco completo, início meio e fim, MAS, ao terminar o jogo, se você atender a certos requisitos pedidos por ele, ele te concede um episódio secreto, que consiste nos acontecimentos do último episódio somados a uma reviravolta no final, dando deixa a uma continuação, que viriam nas futuras DLCs. Veja bem, a qualidade das expansões é fina, provavelmente a melhor parte do jogo, o que torna elas indispensáveis, por isso, a comunidade vê o ato de torná-las opcionais e pagas como uma manobra suja da Capcom. Hoje já vemos esse conceito muito mais descarado, como micro transações e loot boxes, olhamos para trás e vemos que o que a Capcom fez não foi tão ruim assim, mas certamente uma das ações que pode ter dado início a essa cultura. Talvez graças a isso, o jogo caiu no esquecimento e nem sequer ganhou uma Ultimate Edition pras novas gerações, hoje estando preso apenas a edições físicas para PS3 e a retrocompatibilidade nas plataformas da Microsoft.

Asura’s Wrath é um excelente jogo, cheio de boas ideias, e uma história cheia de emoção, não só a fúria.

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