Crítica | Cobra Kai – 3ª temporada se mantém nostálgica na medida certa

O novo ano está chegando e, junto com ele, a nova temporada de Cobra Kai, agora nas mãos da Netflix, depois da crise sofrida pelas séries originais do Youtube, que foram, em sua maioria, canceladas. Muito mais denso, com retorno de personagens clássicos e, de certa forma, mais complexo, o seriado vem com sua temporada mais ousada até o momento.

Continuando diretamente os eventos do fim do segundo ano, quando Miguel acabou sendo hospitalizado e a academia Cobra Kai foi tomada por John Kreese, a terceira temporada traz um foco interessante em alguns pontos inéditos. Do lado de Johnny Lawrence, que acaba de perder seu dojo, vemos um lado ainda mais vulnerável e frágil do personagem, que segue na sua jornada de autoconhecimento e redenção. Esta provavelmente é a temporada que melhor divide o tempo de tela entre ele e Daniel LaRusso, que também precisa voltar às raízes que têm. Enquanto Johnny revê alguns rostos conhecidos bem interessantes, Daniel faz isso de uma forma muito mais interessante, visitando as origens do Senhor Miyagi.

Enquanto os protagonistas têm bastante tempo de tela, o elenco mais jovem precisa lidar com alguns dramas adolescentes que são bastante básicos. Os triângulos amorosos continuam e as complicações do fim da última temporada trazem um aspecto bem bacana no desenvolvimento de alguns personagens, como por exemplo, com Robby, o filho de Lawrence.

Cobra Kai vai muito além dos preceitos iniciais de Karatê Kid. As duas primeiras temporadas trazem uma expansão extremamente respeitosa, honrosa e inédita ao universo criado na década de 80. Essa terceira temporada é ainda mais interessante, porque além de fazer tudo isso, também dá uma nova perspectiva a um dos maiores vilões da série: John Kreese. Nem todos vão apreciar, mas Cobra Kai sempre foi justamente sobre isso: apresentar pontos de vista diversos e contrários, evidenciando que cada história tem dois lados.

As mesmas reflexões que o filme original tem, à primeira vista simplistas, mas no fundo bastante importantes, continuam nesta terceira temporada de uma forma ainda melhor. O Senhor Miyagi não está presente, porque o ator faleceu muitos anos atrás, mas esta é a temporada em que sua presença é mais sentida. Como diz Luke Skywalker: ninguém se vai completamente.

A terceira temporada de Cobra Kai, assim como as duas primeiras, é nostálgica na medida certa e sabe continuar a história de maneira fiel, honrosa e correta. Os desenvolvimentos dos personagens dão um passo além nesse ano e os protagonistas chegam mais perto do autoconhecimento que tanto buscam. Karatê Kid segue muito vivo e Cobra Kai segue sendo a melhor série do momento, sabendo não se levar tão a sério e respeitando o cânone já estabelecido.

Nota: 8/10

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