Crítica | Missão Presente de Natal – Natal tropical em roteiro previsível

Certamente, o que há de mais original no roteiro genérico de ‘Missão Presente de Natal’ (Operation Christmas Drop) é sua ambientação tropical, se tratando de uma clássica comédia romântica natalina, cuja trama não envolve neve ou mesmo aquela sensação acolhedora dessa época fria do ano nos Estados Unidos, isso é novo. A produção Original Netflix, ainda que tenha a essência do gênero (já que o roteiro fala a palavra “natal” a cada dois minutos), transfere a premissa para esse âmbito solar e, com isso, acaba agregando alguma novidade ao que já estamos cansados de ver, já que o desenvolvimento do casal é o típico modelo de tantas outras. Aliás, esse é um caso interessante de como a premissa rouba o espaço dos protagonistas a ponto de tirar todo o carisma que lhes resta, sobrando apenas um emaranhado de boas iniciativas, que não vingam nada além do esperado.

A trama e o elenco

Na trama, buscando ser promovida, Erica Miller (vivida por Kat Graham) decide viajar para o Pacífico a pedido de sua chefe, furando o Natal com sua família. No local, ela logo entra em conflito com o Capitão Andrew Jantz (Alexander Ludwig), um piloto que tem como missão encontrar motivos para esvaziar as instalações para o Natal. Amante da data, ele tem como projeto, há anos, entregar presentes e suprimentos, de paraquedas, para os moradores das ilhas vizinhas, o que desagrada seus superiores.

Dessa premissa até diferente para os padrões, nasce uma obra com todas as características natalinas, que estabelece seu romance clichê na clássica dinâmica de casal que não se dá bem de início, mas se apaixona gradativamente conforma a trama avança. Se por um lado a história se segura no único diferencial que possui, por outro, o roteiro dá voltas e mais voltas em torno de algumas poucas boas ideias e uma relação amorosa sem carisma e vazia demais para conquistar o espectador.

Kat Graham (The Vampire Diaries) é divertida e tem um trabalho bem contido, enquanto Alexander Ludwig (Vikings) até surpreende no papel do galã de bom coração e espírito natalino, porém, juntos a química não rola. A dupla não entrega o envolvimento proposto e a relação, construída de forma extremamente forçada, é só água com açúcar. Quando a premissa se esgota, a trama não tem muito para onde ir e começa a inserir conflitos vazios e bobos para gerar atrito entre o casal e o fato de que Erica precisa escrever algo negativo sobre aquele lugar mágico que está vivendo. O caminho que a história segue é bem óbvio desde o começo e vale mesmo é o mergulho nas belezas do lugar. Com menos carisma, lembra a ambientação de filmes como ‘Como Se Fosse a Primeira Vez’ e isso é divertido de assistir.

A direção

Sendo o roteiro totalmente previsível, cabe a direção trazer alguma surpresa ou diversão, algo que Martin Wood (Stargate: Continuum) não faz. Sua condução é tediosa e a trama não avança, ao menos da metade para o final fica a sensação de que pelo menos 3 festas natalinas estão sendo comemoradas e a nada caminha para frente. Os conflitos são resolvidos muito rapidamente e não sobra espaço para aprofundar os sentimentos do casal, já que tudo é muito superficial e robótico.

Conclusão

Dessa forma, ‘Missão Presente de Natal’ tem um roteiro repleto de boas intenções e até diverte ao colocar as clássicas comédias natalinas em um clima tropical atípico para esse tipo de obra, mas isso não o impede de ser uma maré de previsibilidade com um casal água com açúcar. O longa tenta desesperadamente trazer alguma novidade, mas está submerso demais em seus clichês desanimados. A mensagem, no fim das contas, é fofa, mas o restante não é tão fofo assim.

Nota: 5

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