Entenda o final de ‘Kadaver’, novo terror de sucesso da Netflix

O suspense ‘Kadaver’, uma espécie de escape room teatral, já está disponível na Netflix e tem feito bastante sucesso. O longa norueguês conquistou o TOP 3 dos filmes mais assistidos essa semana, mas será mesmo que você, espectador, entendeu por completo o desfecho sinistro do filme? Bem, vamos explicar!

Mas antes, leia a nossa crítica completa de Kadaver!

[CUIDADO COM SPOILERS]

Sinopse e trailer

Após um desastre nuclear, uma família faminta encontra esperança em um dono de hotel carismático. Atraídos pela perspectiva de um jantar grátis, aos poucos eles passam a desconfiar de sua sorte.


Kadaver‘ é ambientado em um mundo distópico após um desastre nuclear e seu título certamente faz referencia ao universo sombrio em que a trama se passa. Um mundo morto, com a decadência da humanidade. De uma forma ou de outra, todos os personagens do filme são cadáveres.

Final explicado

No desfecho, depois de passar pelas mais sombrias exibições da queda da humanidade que faz jus ao título, Leonora (a protagonista) consegue salvar sua filha e finalmente volta para casa em segurança. Porém, a podridão do mundo fora do hotel as atinge novamente e elas hesitam em voltar para casa, afinal, isso significaria estar retornando para a miséria, insegurança e a fome. A história termina exatamente nesse ponto, com elas olhando para o hotel distante, que ainda é a coisa mais brilhante que veem na paisagem escura e cinza do lugar.

Imaginação fértil

Apesar de sua miséria, Leonora acredita fortemente no poder da imaginação, pois ela não vê outra maneira de lidar com sua realidade sombria senão dessa forma. Como ela diz certo momento, “Sua imaginação é um dos seus maiores dons”. Dá esperança, e é preciso acreditar se quisermos passar por um período difícil. Esse foi o motivo pelo qual ela insistiu em ir ao teatro, mas é o que lhe dá resiliência para sair da situação que parecia um beco sem saída.

Quando começa o ato teatral, Mathias estabelece que tudo o que veem é encenado. A crença de Leonora é rebatida muitas vezes ao longo da história enquanto a realidade parece se fundir com seus piores medos, fazendo-a duvidar de sua sanidade. Ela começa a imaginar o pior quando realmente perde a filha. Leonara é assombrada pelo pensamento e imagina Alice chamando por ela inúmeras vezes.

O olho do coelho

Kadaver começa com a pintura de um coelho em um prato, com foco específico no olho. O enredo continua voltando a ele, que em última análise, contém a chave para a dura realidade do suposto hotel. As pinturas possuem um botão que abre um alçapão para uma rede subterrânea de túneis por onde as pessoas são arrastadas para serem transformadas em alimentos. Os atores não podiam entrar nos túneis e, uma vez que veem o que realmente está acontecendo, os atores mudam de postura. Eles não sabiam do que faziam parte até verem a situação toda.

No final das contas, isso levou uma das atrizes a esfaquear Mathias, que foi o responsável por criar esse mundo bizarro. Os olhos são um jogo criativo com a perspectiva, pois depende do seu ponto de vista – como é o caso das pinturas. Olhar para trás no final, para o hotel, depois de passar por tudo aquilo enquanto buscava sua filha, mostra como a imagem do hotel na mente de Leonora era diferente da primeira vez que ela o viu. O que mudou? Apenas a perspectiva.

A arte imita a vida

Kadaver é um caso clássico, porém mais sombrio, de “a arte imita a vida”. Apegar-se ao que você tem, medo de perder entes queridos – isso é razão suficiente para lutar por sua vida? Jacob e Leonora estão constantemente preocupados em perder Alice. Eles vivem para ela, mas dado o contexto mais amplo do mundo em que vivem, Mathias ofereceu Leonora e Jacob para se juntarem a ele, ou seja, ou você come ou será comido pelo mundo.

Mas, no final, Leonora e Alice, que lutaram para sobreviver, mostram dúvidas se alguma coisa valeu a pena. É exatamente disso que trata a última cena do filme. A perspectiva de algo melhor, a esperança e a fantasia só poderiam levá-los até esse ponto, mas a realidade chocante ainda precisa ser enfrentada.

Ao longo do filme, há uma ênfase em “ficar juntos”, seja com a família de Leonora ou Mathias e sua equipe. Neste filme, a humanidade é um conceito que só pode existir de forma coletiva. Se as pessoas ficarem perto e cuidarem umas das outras, é a única maneira de sobreviverem. Este é também o conceito de Mathias. Para ele, é sua equipe contra o resto do mundo – eles atacam os outros porque estão todos juntos.

Quando Leonora expõe ele e sua ideologia sinistra e canibal para o próximo grupo do público, a equipe de Mathias está em menor número, e as pessoas fogem para salvar suas vidas. Mathias vive apenas por interesse pessoal. Tendo perdido sua própria filha, ele quer que os outros também sintam a dor, mas também os ataca para sobreviver. No mundo fora do hotel, a falta de humanidade é um problema gritante, pois as pessoas lutam entre si para sobreviver.

Existe anarquia, falta de empatia e absolutamente nenhuma compaixão entre as pessoas. Se fosse diferente, ninguém teria sido deixado para morrer ou roubar bens materiais e comida dos outros. O fato de os vizinhos se matarem prova que não há nada pelo que viver no mundo em que vivem. Como diz Matthias em seu discurso introdutório ao teatro, o que nos torna humanos e nos separa dos animais? “A humanidade deve sentir algo”.

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