Neste último fim de semana, o caso do assassinato do pastor Anderson do Carmo teve mais um desdobramento com a prisão da deputada e cantora evangélica Flordelis, por ser a mandante do assassinato ocorrido em junho de 2019.
Com a prisão um fato voltou a ganhar destaque: a cantora Flordelis ganhou uma cinebiografia em 2009 com um grande elenco de atores globais.
O filme Flordelis – Basta uma Palavra para Mudar mistura dramaturgia com documentário para contar a história da deputada que abrigou 37 crianças abandonadas ou em situação de vulnerabilidade em sua casa.
Ao longo do filmes, cada ator conta uma das história dos jovens cuidados por Flordelis ou dos pais que abandonaram crianças e pessoas envolvidas na história em forma de depoimento.
O grande elenco de globais conta com Giselle Itié, Isabel Fillardis, Pedro Neschling, Ana Furtado, Reynaldo Gianecchini, Thiago Rodrigues, Rodrigo Hilbert, Letícia Sabatella, Cauã Reymond, Fernanda Lima, Graziella Schmitt, Bruna Marquezine, Cris Vianna, Deborah Secco, Guilherme Berenguer, Erik Marmo, Patrícia França, Roumer Canhães, Eduardo Galvão, Thiago Martins, Fernanda Machado, Alexandre Zacchia, Carolina Oliveira, Júlia Mattos, Letícia Spiller, Alinne Moraes e Sérgio Marone.
Todos eles abriram mão do cachê devido ao teor do trabalho social do longa. Porém, a primeira polêmica veio devido a cantora ter usado parte da arrecadação para comprar uma casa de luxo. Outra parte da renda foi destinada à criação de um centro de reabilitação para jovens dependentes químicos.
Veja o trailer abaixo e se tiver coragem veja o filme:
A crítica também não aprovou muito o longa. O Cineplayers declarou em sua crítica: “A geração [do filme] já explica bastante a bagunça na estrutura (…) Idealizado para ser um curta-metragem sem maiores aspirações, acabou se transformando um projeto maior com a entrada de astros da televisão (…) deu maior visibilidade ao filme, agora já rascunhado como um longa-metragem, a ponto deste conseguir distribuição – o que é missão hercúlea para filmes brasileiros -, mas a forma encontrada pelos diretores estreantes de encaixá-los no filme é completamente surreal: eles interpretam depoimentos de personagens reais da vida de Flordelis, frente a cenários emulando a favela. (…) Acaba tudo soando muito falso – os atores extremamente maquiados, a fotografia bem cuidada em preto e branco, os depoimentos decoradinhos, sem margem para erro ou hesitação.”
Já o Cineclick afirmou: “jamais havia visto um filme tão errado. Da proposta à execução. Da trilha sonora à direção de arte. Do roteiro à direção. Da montagem a… Sei lá mais o que possam inventar. (…) É bizarro. Surge na tela a figura de, por exemplo, Reynaldo Gianecchini, e o crédito aparece, digamos, “José”. Surge Letícia Sabatella com o crédito “Fulana de Tal”. E assim por diante. E tem mais: os atores explodem na tela lindos, maravilhosos, maquiadíssimos, falando um português mais do que perfeito, com uma fotografia exuberante… Vestindo roupas humildes e emoldurados por um cenário que pretende sugerir que eles estão na favela. São depoimentos longuíssimos, quase sem cortes, enfadonhos, sem ritmo. E todos em preto-e-branco.”
Marco Antônio Ferraz, um dos diretores do filme afirmou recentemente que se arrependeu de conduzir o filme.
Me arrependo. Se fosse hoje, jamais teria feito esse filme. Não sou cineasta. Sou um contador de histórias e o que contei foi uma mentira diante dos fatos que conhecemos agora (…) Estou dilacerado, me sinto enganado. É como se não pudesse confiar em ninguém…
Vale lembrar a vítima Anderson do Carmo foi produtor executivo do filme.