Próxima de estrear sua quinta temporada na Netflix, Lucifer já se firmou como uma das séries mais amadas pelos fãs. Salva do cancelamento duas vezes através da movimentação feita pelo seu público nas redes sociais, a obra que conta a vida do anjo caído é baseada em quadrinhos da DC Comics. Mas a verdade é que, tirando o nome dos personagens, pouquíssima coisa que vemos na tela tem origem das páginas dos gibis. Para te deixar com mais vontade de conhecer o personagem fora do seriado, preparamos uma listinha com alguma curiosidades que vão te dar mais conteúdo para consumir sobre o Estrela da Manhã.
1- Lúcifer é uma criação de Neil Gaiman
Apesar de todos sabermos que Lulu era o favorito de Deus que foi rebaixado depois de discordar com o barbudo sobre o modo que o céu estava sendo gerenciado, o personagem da DC tem um criador um pouco diferente do que O Deus em si. O autor britânico, Neil Gaiman, conhecido por trabalhos como Deuses Americanos e Belas Maldições, apresentou Lucifer Morningstar em abril de 1989, na edição 4 de Sandman, o trabalho mais famoso de Gaiman.
Você pode acompanhar a origem de Lucifer na HQ de Sandman, que possui várias edições no Brasil publicadas pela editora Panini. Clique aqui para comprar.
2- Lúcifer não era o único comandante do inferno
Apesar de, na cultura ocidental, termos a visão mais unificada de um diabão sinistro de chifre e que espeta a bunda dos pecadores com um tridente, na mesma edição em que é apresentado, Lúcifer mostra que as coisas mudaram no inferno. Quando Morpheus, protagonista de Sandman, desce ao local profundo em busca de um item pessoal, ele é avisado pelo próprio Morningstar que agora o comando do local mudou e agora pertence a um triunvirato formado pelo anjo caído, Belzebu e Azazel. Essa cadeia de comando viria a mudar quando Lucifer se cansa de comandar demônios depois de 10 bilhões de anos e passa a vagar pela terra que é o que vimos na série. O que acabaria jogando o inferno em um período de Anarquia, mas isso é assunto pra outro texto. Será que na quinta temporada veremos esses personagens?
3- O visual do personagem é baseado em David Bowie
Como já é uma figura carimbada da cultura pop, o diabo já teve diversos intérpretes famosos no audiovisual. De Robert De Niro, passando por Al Pacino, Gabriel Byrne até chegar em Elizabeth Hurley. A diferença no modo como o Cramunhão é retratado vem da dificuldade de se representar objetivamente o que é o Tinhoso. A saída em muitos filmes e séries é escolher um ator ou atriz específico para a narrativa em que ele quer contar. Então dessa opção você tem demônios na figura de homens misteriosos, mulheres sedutoras ou pessoas em cargo de poder e influência. Mas como fazer isso em uma HQ, onde o personagem deve passar pela mão de vários autores e ter diferentes visões ao longo dos anos?
Neil Gaiman teve então a ideia de basear Lúcifer no camaleônico David Bowie, que, ainda em 89, quando Sandman foi lançado, já tinha uma longa lista de visuais diferentes. A escolha caiu como uma luva, tendo em vista que até o dia de sua morte, Bowie não deixou de mudar de aparência sempre que podia. Nada mais apropriado para o visual daquele é o pai da mentira.
4- Lucifer e John Constantine são amigos recentes
Apesar de serem os personagens mais populares do mundo sobrenatural da DC, cargo que pertencia exclusivamente à John Constantine até a série de Lúcifer se popularizar, os dois só foram se encontrar no final de 2019, apesar de ambos existirem desde a década de 1980. Curiosamente, o encontro aconteceu simultaneamente na televisão e nas histórias em quadrinhos. Enquanto que na televisão vimos esse crossover acontecer durante a Crise nas Infinitas Terras das séries da CW, nas HQs, Morningstar e Constantine foram oficialmente apresentadas na edição 15 do segundo volume de Lúcifer. Tanto a crise da TV quanto a edição do gibi saíram em dezembro do ano passado.
O segundo volume do quadrinho de Lúcifer, que conta esse encontro sai no Brasil pela Panini e é bem fácil de adquirir. Clique aqui para adquirir.
5- Tom Ellis não é o primeiro lúcifer da DC em adaptações (na teoria)
Para a última posição desse nosso top de curiosidades eu devo admitir que roubei um pouco, mas devido a tecnicalidades entre o mundo dos gibis e das adaptações para o cinema e televisão. Para que você entenda melhor, querido leitor, é preciso que eu dê um pouco de contexto do porque isso faz sentido, mesmo sendo forçado.
Lucifer Morningstar foi criação de Neil Gaiman, como já dito antes, e serviria bastante à trama de Sandman, quando mostraria o personagem abandonando o inferno e entregando as chaves para Morfeus. Ao mesmo tempo em que isso acontecia, no título Hellblazer, revista mensal do personagem John Constantine, o escritor Garth Ennis queria colocar o embate entre John e o Diabo.
Mas, avisado pelos editores que já havia planos para Lúcifer em outra revista, Ennis teve que criar um novo sinteco gelado, mochila de criança ou o bom e velho demônio. Foi aí que surgiu o Primeiro Dos Caídos, a primeira criação de Deus e o primeiro a ser banido pra o inferno. O personagem é uma versão mais próxima do Diabo no imaginário popular e cheio de ressentimento e vingança.
Mas, lá no longínquo ano de 2005, quando adaptações de quadrinho ainda eram tudo mato, o filme Constantine foi lançado. E a verdade é que ninguém se importava com a cronologia de um gibi para maiores de 18 anos da DC e os produtores alteraram tudo que podiam, até mesmo a nacionalidade do personagem, que deixou a fleuma britânica para ser o Keanu Reeves de terno preto e cigarro.
E se a preocupação com o próprio protagonista era inexistente, era de se supor que a mesma empáfia seguiria com a trama do longa. Então, na conclusão do filme, quando o Diabo vem buscar a alma de John, não existe qualquer menção a um Primeiro dos Caídos ou algo que o valha. Temos na telona o bom e velho Lúcifer, interpretado por Peter Stormare.
Mesmo que quase nada disso esteja presente nos episódios da série, é sempre legal conhecer as origens de uma adaptação. Então prepare a pipoca e desenhe um pentagrama, pois Lúcifer estará de volta nesta sexta-feira!