Fantaspoa anuncia 16° edição em formato online e gratuito em parceria com o Darkflix

O Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre anuncia que sua décima sexta edição será realizada de forma totalmente online e gratuita, em parceria inédita com a Darkflix, serviço brasileiro de streaming de vídeos voltado a produções de gênero fantástico.

Originalmente programada para ocorrer em maio, a edição de número 16 do festival havia sido postergada, devido à pandemia do covid-19, para o segundo trimestre deste ano. Com o agravamento dos casos de contaminação e óbitos no Brasil, a organização do evento optou por migrar sua realização para o ambiente virtual.

Agendada para o período de 24 de julho à 2 de agosto de 2020, a décima sexta edição do Fantaspoa tornará a Darkflix palco de diversas premières latino-americanas: a programação contará com mais de 110 filmes (entre curtas e longas-metragens) de mais de 35 países – cada título disponível para até 5.000 visualizações. Também, serão promovidas lives com conversas com cineastas, palestras e masterclasses. Trata-se da maior e mais democrática iniciativa online de um evento de cinema na América Latina até então, apontando futuros caminhos possíveis para o circuito de festivais e incentivando o isolamento social como forma de combate à pandemia.

Abertura, encerramento e homenageados

A abertura do 16º Fantaspoa terá a exibição do norte-americano “Pornô”, que conta a história de um grupo de empregados de um cinema que encontra um misterioso rolo de filme escondido e acaba libertando um demônio sexual. Uma divertida mescla de humor e horror, o primeiro longa-metragem do diretor Keola Racela terá sua première latino-americana no Fantaspoa, após ser exibido em festivais prestigiados, como South by Southwest, Fantasia, Sitges e FrightFest.

O encerramento da edição ficará por conta de duas produções que carregam a assinatura do Fantaspoa na produção: “Skull, a Máscara de Anhangá” e “Antologia da Pandemia”, ambos exibidos recentemente em première mundial no festival de Chattanooga, nos Estados Unidos. Aguardado segundo longa-metragem dirigido por Armando Fonseca e Kapel Furman (cineastas e apresentadores do reality show Cinelab), que retrata a vingança de um serial killer sobrenatural baseado na mitologia pré-colombiana na metrópole de São Paulo, “Skull” foi incensado por público e crítica em sua estreia. Também elogiadíssimo, “Antologia da Pandemia”, por sua vez, reúne 13 histórias sobre a pandemia do covid-19 filmadas totalmente na quarentena, registrando um surpreendente retrato deste momento único que estamos vivenciando.

Os grandes homenageados desta edição do Fantaspoa serão o cineasta ugandense Isaac Godfrey Geoffrey Nabwana, conhecido como IGG Nabwana, e seu estúdio Wakaliwood. Apaixonado por cinema, IGG aprendeu a filmar assistindo a tutoriais na internet e, nos últimos 15 anos, assinou a direção de aproximadamente 50 longas-metragens de ação. Todas as suas produções são realizadas de forma artesanal na favela onde vive na Uganda, com orçamentos mínimos, equipes reduzidas e vigorosa carga de criatividade. Aclamado internacionalmente, Nabwana é considerado um artista único. Além de imprimir em suas obras sua inconfundível assinatura autoral, ele se notabilizou por ter conseguido viabilizar seu próprio estúdio de cinema – gerando empregos e formando plateias – num local com nenhuma tradição audiovisual. Assim, contornando dificuldades que, à maioria das pessoas, impediriam qualquer tentativa de criação artística, IGG projeta a imagem que tem de seu país internacionalmente, reforçando ainda mais sua importância para a cultura local; e mostra ao mundo o poder da arte como força transformadora da sociedade. No Fantaspoa, o público terá a oportunidade de assistir a “Crazy World”, dirigido por Nabwana e ovacionado no Festival de Cinema de Toronto em 2019.

Títulos anunciados

A primeira leva de títulos anunciados conta com longas-metragens das mostras competitivas ibero-americana e internacional.

Da Argentina, serão apresentados “Matar o Dragão” e “Pedra, Papel e Tesoura”, já celebrados no circuito de festivais de cinema, além do recém-lançado “Tóxico”. Um suspense de horror sobre uma garota que retorna a um povoado duas décadas após ser dada como desaparecida, “Matar o Dragão” é o terceiro longa-metragem de Jimena Monteoliva, cujo talento já é conhecido pelo público do Fantaspoa. “Pedra, Papel e Tesoura” finalmente terá sua primeira exibição no Brasil, após colher elogios e prêmios nos diversos países em que foi projetado. A tenebrosa história de três irmãos que reivindicam a herança de seu pai foi dirigida por Martín Blousson e Macarena García Lenzi. Iniciando sua promissora carreira em festivais no Fantaspoa, “Tóxico”, a estreia de Ariel Martínez Herrera na direção de um longa, parece mais urgente do que nunca: trata de um casal tentando sobreviver numa realidade assolada por uma pandemia de insônia. Ainda na seleção ibero-americana, “Diabo Vermelho” terá sua primeira exibição no Brasil no Fantaspoa. Narrando a história de um motorista de ônibus que é vítima de um misterioso feitiço, o primeiro longa-metragem de horror feito no Panamá tem direção assinada por Sol Charlotte e J. Oskura Nájera.

Da competição internacional, serão anunciados oito títulos, revelando a diversidade de origens habitual das programações do Fantaspoa, cuja programação sempre teve foco curatorial.

Entrelaçado”, “Estranho”, “Ghost Master”, “James Contra o Seu Eu do Futuro”, “Limbo” e “Resina” foram lançados no ano de 2019, porém, à exceção do terceiro, nenhum deles foi exibido na América Latina, mesmo tendo feito parte de alguns dos festivais de cinema mais importantes do mundo, como o de Toronto, de Gotemburgo e de Sitges. Produção conjunta da Grécia e do Reino Unido, “Entrelaçado” versa sobre um médico que inexplicavelmente se vê encantado por uma misteriosa garota de uma vila remota. O longa rendeu a Minos Nikolakakis o prêmio máximo do cinema grego – Hellenic Film Academy Awards – de melhor diretor estreante. O gênero ficção científica estará representado pelo ucraniano “Estranho”, sobre uma inspetora que trabalha no caso de sinistros desaparecimentos, e por “James Contra o Seu Eu do Futuro”, do Canadá, que brinca com uma das maiores fantasias da humanidade: a viagem no tempo. “Ghost Master”, do Japão, explora o horror com comédia, numa obra bastante influenciada por mangás e que foi premiada como melhor filme no Fantasporto em 2020; enquanto o alemão “Limbo” e o dinamarquês “Resina” trabalham com o suspense. O primeiro conta sobre uma executiva que descobre uma perigosa rede de lavagem de dinheiro, e o segundo se passa numa floresta isolada, onde uma adolescente que vive com seus pais começa a questionar a visão de mundo de sua família.

Do ano de 2020, o sul africano “Barry Fritado” – sobre um drogadito que sofre abdução alienígena – terá sua primeira exibição latino-americana no Fantaspoa. O público brasileiro terá também o privilégio de assistir, em primeira mão, ao sul coreano “Salvação”, demonstrando a relevância do evento dentro do circuito de festivais. Um thriller policial, o filme revela a saga de um agente que vai parar em um misterioso retiro, que cultua uma deusa encarnada no corpo de uma criança.

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