2019 foi um ano incrível para as séries! Fomos presenteados pela Netflix, HBO e vários outros canais com produções excelentes e ótimas interpretações.
Confira as 10 melhores séries estreantes de 2019. Lembrando que a lista não é por ordem de preferência. Pra gente já é difícil demais escolher a lista das melhores, determinar uma ordem seria uma tortura.
Veja o vídeo ou o texto completo abaixo:
EUPHORIA
Após o gosto amargo que o final de Game of Thrones deixou, a HBO exibiu uma de suas melhores séries até então. Euphoria, uma série teen para adultos, conta a história de Rue (Zendaya), uma jovem mulher com depressão e transtorno de ansiedade, que encontra nas drogas uma forma de silenciar seu mundo caótico. Apesar dos temas pesados, a série trata seus personagens e seus dilemas com responsabilidade e carinho, fora a direção fantástica de Sam Levinson, também criador da série. A parte técnica é impecável, o elenco é assustador de tão bom e a trilha sonora vai ficar com você para sempre. Uma verdadeira obra de arte moderna da TV, que dialoga diretamente com a nova geração de jovens, além de abraçar a diversidade e as diferenças em busca de quebrar tabus e preconceitos.
WATCHMEN
Watchmen, da HBO, baseada na HQ de Alan Moore e dirigida por Damon Lindelof não poderia estar de fora dessa lista de melhores do ano. Consistente, a série se passa após os acontecimentos dos quadrinhos (ignorando, inclusive, aquele filme que é realmente melhor a gente esquecer que existiu). Watchmen nunca obedeceu ao padrão de histórias de super-herói, e a série adapta muito bem nisso. Não existem super-heróis, mas vigilantes, que nem sempre são inteiramente bons e nem sempre fazem o bem. A série é sombria, com um roteiro denso, bem pensado, rico. É uma série, como poucas, em que todos os episódios são bons, e arrisco a dizer que dois são das melhores produções televisivas da década (This Extraordinary Being e A God Walks Into Abar). Abordando temas sociais importantes, o roteiro fala de racismo, violência policial, nostalgia, traumas familiares. Apesar de seguir uma história independente pós-HQ, a série tem um cuidado em não modificar os quadrinhos, e também é um prato cheio pra quem já é fã, trazendo os minutemen, Ozymandias, Laurie, e lulas gigantes. Lindelof brihante. E é sempre bom lembrar que nada está em tela por acaso, todo diálogo, manchete de jornal, tudo importa, tudo é uma sacada dos roteiristas para um desenvolvimento futuro. E quantos plot twists! Watchmen é muito bem-sucedida em explorar a nuance do bem e mal, o limite que alguns transpassam alegando um bem maior. Um verdadeiro espetáculo de roteiro, arte, elenco, trilha sonora. Corra, vá assistir.
MODERN LOVE
Sabe aquela série fofinha que vem para confortar os nossos corações? É Modern Love. A série antológica retrata o amor em suas diversas formas e cada história é inspirada por um artigo pessoal real baseada em uma coluna famosa do jornal New York Times de mesmo nome.
Os episódios são entre 30 e 40 minutos e o elenco é grandioso. Temos nomes como Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada), Tina Fey (Saturday Night Live), Dev Patel (Quem Quer Ser um Milionário), Cristin Milioti (How I Met Your Mother), Olivia Cooke (Bates Motel) e John Gallagher Jr. (The Newsroom).
Se não assistiram ainda, assistam e depois digam se concordam ou não!
THE MORNING SHOW
Os efeitos do movimento #MeToo estão repercutindo agora no cinema e na TV e ‘The Morning Show’ talvez seja a melhor série para explorar, dialogar e exemplificar a importância desse ato e como o assédio sexual afeta não só a vida da vítima, como também de todos ao seu redor. A trama se passa em um famoso programa matinal americano, onde um dos apresentadores mais antigos é acusado de assédio dentro da própria emissora, com isso, após seu afastamento, o assunto desencadeia uma enorme guerra dentro do programa. Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell formam o triângulo que segura a série e a mantém em alto nível. A carro-chefe da Apple TV+ trata sobre feminismo, sororidade e ainda encontra espaço para divertir e segurar o espectador até seu desfecho épico.
THE BOYS
Esse foi um ano e tanto para séries de super-heróis. The Boys, da Amazon Prime, e baseada na HQ de mesmo nome de Garth Ennis, é um primor de sátira que mostra o que acontece quando os super-heróis colocam seus interesses em primeiro lugar – devido ao culto de adoração que a indústria criou em torno deles, ultrapassando qualquer limite ético e moral estabelecido. Com bastante violência explícita, um senso crítico e faro social apuradíssimos, aliados a um alto nível técnico e narrativo, temos aí uma das grandes surpresas de 2019. The Boys critica sua própria indústria, cada personagem é um deboche específico pra Marvel e DC, mas não fica apenas nisso – encara também o discurso político e religioso, não tendo papas na língua na hora de criticar de forma direta os discursos, e os conservadores ultrapassados. No fim, quando paramos pra pensar, os personagens de The Boys não estão tão longe da realidade, são homens pequenos com poderes demais. Basta pensarmos na classe política mundial: pessoas que podem fazer o que querem, simplesmente por ter muito poder e pouco limite. Essa é mais uma sacada genial da série, apontar e criticar o avanço da extrema-direita no mundo. Tudo isso aliado a belos efeitos visuais, um roteiro amarradinho e fiel ao material original, uma fotografia impecável e uma das melhores trilhas sonoras do ano, The Boys é um espetáculo que você não pode deixar de assistir.
SERVANT
O suspense produzido e dirigido pelo aclamado M. Night Shyamalan (diretor de filmes como Sexto Sentido, Sinais e Fragmentado) é também uma das séries mais interessantes, bem realizadas e diferentes da Apple TV+. A trama se passa quase por completa em uma moderna casa em Nova York, logo após um casal ter perdido seu filho recém-nascido. Com o enorme trauma, uma terapeuta sugere dar para a mãe um boneco (Bebe Reborn) para que ela possa “cuidar” no lugar da criança falecida. Porém, após a chegada de uma misteriosa babá para ajudar nos cuidados, coisas bizarras começam a acontecer no lugar e a história toma rumos bem mais sombrios. Essa série é para quem gosta de plot twists e quem ama um bom suspense psicológico. Muito promissora e já está renovada para a 2ª temporada, inclusive, promete um desfecho macabro, ao melhor estilo Shyamalan.
SEX EDUCATION
Sex Education, da Netflix, é uma série adorável, apesar dos temas retratados. A série traz sexualidade, feminilidade, masculinidade tóxica, masturbação, vazamento de imagens íntimas, crises existenciais, aborto… Tudo com um arzinho de Clube dos Cinco, John Hughes, e personagens bem estereotipados – nerd excluído, garota rebelde, atleta popular, a série brinca com as expectativas e fala de sexo abertamente, sem padronizações. O elenco é um primor a parte, desde o protagonista Asa Butterfield, a perfeita Gillian Anderson e os novatos Ncuti Gatwa e Emma Mackey. Sex Education consegue mostrar exatamente as inseguranças, as incertezas da vida adulta, e todos os dramas que rodeiam as vidas adolescentes, com personagens bem escritos, profundos, com histórias próprias. Grande destaque a Eric (Ncuti Gatwa) que traz o clichê do melhor amigo gay mas também fala sobre homofobia, aceitação familiar, num dos episódios mais lindos e mais emocionantes já vistos por mim. Sex Education mostra que todo mundo tá passando por uma barra, que você não sabe nada sobre. E que tá tudo bem não saber tudo, tudo bem perguntar e pedir ajuda. Tá todo mundo junto, ninguém sabe nada.
DEADLY CLASS
A injustiçada do ano. Deadly Class também é baseada em quadrinhos de mesmo nome, escrita por Rick Remender, é uma história incrível sobre uma escola de assassinos. Misturando ação, comédia e horror de forma super estilizada, Deadly Class se passa na King’s Dominion para Artes Mortais, uma escola bancada por figurões do crime, e que visa moldar os jovens para se tornarem assassinos letais, com uma gama de aulas um tanto… excêntricas, diria, e que arriscam a vida dos personagens. Acompanhamos Marcus, um órfão que vivia na rua, ser recrutado e literalmente jogado nessa escola. Ambientada nos anos 80, com direção dos Irmãos Russo (sim, dos filmes da Marvel), tem um elenco bem diverso, pois na escola temos Yakuza, cartéis mexicanos, gangsters, máfia italiana, nazistas… (Destaque pra Lana Condor, de Pra Todos os Garotos que Já Amei, que tem uma personagem maravilhosa), tem uma trilha sonora INCRÍVEL com INXS, The Cure, The Smiths, Adolescents, Nirvana, Bad Religion, entre outros. Visualmente, a série é um deleite, com uma ótima fotografia e uma mistura com animação, relembrando de forma incrível as raízes na HQ. Com um cancelamento bem injusto na primeira temporada, você pode ver tudo no GloboPlay e ficar órfão junto com a gente.
THE MANDALORIAN
A série carro-chefe do Disney Plus é simplesmente tudo para os fãs de Star Wars.
A história se passa após os eventos de O Retorno de Jedi, quando o Império foi derrotado e tudo está um caos sem um governo central e acompanha um mandaloriano caçador de recompensas. Além do baby Yoda, a série tem um visual incrível, faz você mergulhar de cabeça no universo de Star Wars, todos os elementos dos filmes estão ali o que faz a gente ter a sensação de que cada episódio é como um curta de Star Wars, sem perder a característica de série.
O melhor de tudo é que mesmo quem não conhece nada de Star Wars vai conseguir assistir (claro, sem pegar as referências) porque a série é um verdadeiro Western Espacial.
MARIANNE
Uma magnífica e sinistra série de terror da Netflix que marcou presença nos pesadelos de muita gente. A série francesa narra a história de Emma (Victoire Du Bois), uma escritora que tem sido atormentada por pesadelos com uma bruxa chamada Marianne. A romancista então decide usar seus livros como tentativa de manter a criatura maligna longe, mas percebe que os personagens estão ganhando vida, sendo obrigada a voltar para casa e descobrir o motivo. Além de um elenco bom e de sustos inteligentes e bem construídos, a obra definitivamente sabe manipular as emoções do espectador e criar uma atmosfera sombria e assustadora. O desafio é assistir no escuro e não ter medo de ir ao banheiro depois.
Gostaram da lista? Confere com a sua? Conta aqui nos comentários quais as melhores séries novas na sua opinião.
Textos de Lúcio de Oliveira, Thiago Muniz e Gi Vasconcelos