Crítica | Era Uma Vez Um Deadpool

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Muito se questiona como irá ficar algumas franquias populares da Fox após a união com a Disney, em especial, ‘Deadpool’, já que os maiores méritos dos filmes do herói consistem em palavrões, violência explicita e muitas piadas inadequadas para os estúdios Disney. Não precisou esperar muito, nem mesmo a compra ser autorizada por completo, para que o Mercenário Tagarela ganhasse um filme reeditado, leve e feito para um público infantil. Assim é ‘Era Uma Vez Um Deadpool’, versão censurada de ‘Deadpool 2’, que chega aos cinemas com a proposta de transformar as histórias do herói, em um filme “sessão da tarde”, com uma pegada natalina e feito para se assistir em família. No entanto, a pergunta que fica é: Seria uma maneira criativa de começar a mudar o rumo do personagem ou a Fox está apenas visando lucrar ainda mais, já que o filme original perdeu dinheiro por ter uma classificação alta?

A analogia com filmes da “sessão da tarde” vem a calhar, afinal, o longa não está apenas censurado, mas também reeditado, tendo algumas cenas cortadas por completas para esconder o excesso de sangue e a violência, reduzindo alguns bons minutos do longa em relação ao original, que são preenchidos com as cenas adicionais, porém, não se engane, não há novas cenas de ação, apenas uma narração adicional com o herói contando suas desventuras para o ator Fred Savage, enquanto o mesmo está amarrado em uma cama sem poder fugir, sendo obrigado a escutar e opinar sobre os acontecimentos de ‘Deadpool 2’. Uma ideia criativa a princípio, porém, fraca e vazia na tentativa de justificar a existência dessa versão.

Convenhamos que há sim boas piadas que surgem desse contexto, afinal, colocar o filme, que já é hilário, para ser analisado sob a ótica do herói mais zueiro do cinema, acaba rendendo boas situações cômicas, sendo a maior parte dessas novas piadas, focadas no público adulto, conhecedor da franquia e do Universo Marvel, sendo pouco eficazes para as crianças. Essa adição acaba tornando a censura menos descarada e escolhe rir da necessidade de existir, como o próprio Savage questiona o herói em determinado momento: “Você está se censurando agora?”, ou seja, os próprios envolvidos possuem plena convicção de que estão em uma versão diferente do filme original e aproveitam para fazer comentários e autocríticas sobre furos do roteiro, ausência de fidelidade do vilão Cable (Josh Brolin), participações especiais e, até mesmo, tentar compreender cenas desnecessárias, como a que o Fanático parte o herói ao meio, por exemplo. É como assistir um filme com comentários do diretor, porém, o problema consiste mesmo na perda da essência, tão bem estabelecida pelo personagem nos cinemas.

Essa essência que faz Deadpool ser tão diferente e cômico é deixada de lado aqui. O herói mostra que, sem a ousadia convencional, não tem força para ser tão especial quanto aparenta. Sua versão para família é cansativa, fraca e brega, com personagens divertidos, mas que não funcionam de forma isolada, e um romance forçado, ou seja, ‘Era Uma Vez Um Deadpool’ acaba trazendo à tona todos os defeitos do roteiro de ‘Deadpool 2’ e, consequentemente, seus pontos mais fracos, mesmo que sejam tratados de forma “divertida”, não deixam de existir. Até mesmo a montagem, mais dinâmica e que vai direto ao ponto, apenas prova o quão debilitada é a história desse filme.

Novidades à parte, o longa continua com piadas afiadas, ácidas e bem colocadas, não deixa de ser um filme de Deadpool. Com a violência reduzida à zero, o tom cômico ganha ainda mais força e o riso é garantido, assumindo muito mais ares de comédia pastelão do que um filme de super-herói, provando que, mesmo com falhas, o roteiro é eficaz no humor, fator que sempre será seu ponto alto. A direção de David Leitch é divertida e sabe explorar os melhores ângulos do herói, assim como a atuação de Ryan Reynolds que, mais do que nunca, encontrou no Mercenário sua redenção após tantos outros papéis ruins. O destaque da vez fica para Fred Savage, que compreende o humor do filme e embarca de cabeça em uma atuação divertidíssima.

Em resumo, a versão para o público infantil mais pendura para o lado negativo do que aproveita sua “nova chance” nos cinemas para se redimir. Explorar os erros pode não ser bom e, definitivamente, evidenciá-los faz a franquia perder força na originalidade, provando que Deadpool só é prazeroso por conta da violência e dos demais elementos que tornam o filme destemido e audacioso, já que apenas a comédia não se sustenta sozinha. Se pensar por um lado positivo, ‘Era Uma Vez Um Deadpool’ pode servir para a Fox ter a plena convicção de que Deadpool é para maiores de idade e ponto final.

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