Crítica | Bohemian Rhapsody

O relógio marca meio dia em Londres, um empolgado Freddie Mercury caminha para o palco, prestes a fazer uma das performances mais emblemáticas de sua carreira. Provavelmente qualquer amante de música sabe o que aconteceu depois disso, então Bohemian Rhapsody nos leva para ver tudo o que aconteceu antes.

O filme se declara como uma história da banda Queen, mas a verdade é que temos uma biografia de Freddie Mercury e nem teria como ser diferente. A escolha dessa narrativa torna o longa interessante justamente pelos excessos do vocalista, que vai se tornando cada vez mais teatral e megalomaníaco em suas performances e atitudes.

Sendo assim, Bohemian Rhapsody não se preocupa em mostrar como o Queen chegou ao estrelato, mas sim em colocar na tela os momentos de maior destaque do grupo e, é claro, as horas em que Freddie fez a diferença. Isso acaba tornando a primeira metade do longa um pouco apressada e corrida, algo que faz falta nos primeiros momentos de conflito, como a relação do líder da banda com sua esposa.

Da metade em diante temos uma história bem mais pessoal. A grandiosidade de Freddie é ofuscada pela confusão em sua vida particular e a relação dele com sua própria sexualidade em meio ao sucesso da banda. Entre festas regadas a álcool e drogas, composições e brigas, o vocalista ainda não encontrou seu lugar no mundo.

A utilização da música da metade pra frente também muda bastante. Ao invés de servir de transição e pontuação dos momentos históricos do Queen, o filme se foca mais em utilizar a trilha para contar a história em conjunto com os diálogos e imagens. O ritmo mais sóbrio e pessoal segue até o final do longa, o que ajuda a criar uma conclusão emocionante seja você fã da banda ou não.

Apesar de parecer evitar ao máximo possível a vida sexual de Freddie, o filme passa por boa parte de seus principais relacionamentos e estabelece a ligação emocional necessária com o público para gerar a empatia com a trajetória do vocalista.

Grandioso como um filme deste tema deveria, Bohemian Rhapsody pode não ganhar nenhum prêmio, mas certamente tem seu lugar reservado no coração de qualquer apaixonado por música.

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