Crítica | Fúria em Alto Mar

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Juntar carros velozes, cenas de ação desenfreadas e um grande elenco pode funcionar nos cinemas, no entanto, os produtores da franquia ‘Velozes e Furiosos’ acharam conveniente (e inovador?) partir das estradas alucinantes para as profundezas do oceano. Eis então que nasce ‘Fúria em Alto Mar’ (Hunter Killer), novo filme de ação do novato diretor Donovan Marsh, que aliás, entre algumas qualidades, “furioso” não está entre elas.

Na trama, um conflito eminente entre EUA e Rússia está se desenvolvendo. Quando o presidente russo é capturado por inimigos que tentam dar o Golpe no governo, o capitão Joe Glass (Gerard Butler), se une a um grupo de elite da Marinha norte-americana para tentar salvá-lo e tentar, a todo custo, unir forças com os inimigos para evitar que uma Terceira Guerra Mundial se inicie.

Os produtores acreditaram tanto que substituir carros por submarinos seria uma boa empreitada que investiram pesado no elenco, que conta com a presença de Gary Oldman, vivendo um papel completamente descartável na carreira, um tiro no pé no mesmo ano em que ganhou o Oscar de Melhor Ator por ‘O Destino de Uma Nação’. Não que sua atuação esteja ruim, apenas não há espaço no roteiro para que ela possa crescer, sendo assim, fica com Gerard Butler a missão de segurar a trama sozinho, fato que faz de forma tranquila, sem grandes ápices de atuação, mas que esbanja carisma como de costume. Ao contrário da ótima Linda Cardellini, que soma umas poucas falas e tem seu talento mal aproveitado.

Após a bem construída cena de abertura, nos estabelecendo que haverá muito conflito entre submarinos ao longo da trama, o longa cai nos mesmos conceitos que todo filme do gênero costuma cair: excesso de diálogos expositivos, núcleos divididos com uma equipe em uma sala de comando apenas aguardando resultados e outras em campo de batalha, presidentes arrogantes e despreparados e inimigos que só desejam o caos acima de tudo. Nada de novo até então, porém, são signos desse tipo de trama e que funcionam caso o roteiro saiba ponderar a tensão entre as cenas de ação e o espectador, algo que se destaca em alguns momentos aqui, mas que se perde facilmente, se rendendo aos tão adorados momentos de deus ex machina, onde todos os desafios são resolvidos de forma rápida, inesperada e preguiçosa.

E inesperado não quer dizer surpreendente, já que não precisa pensar muito para saber os caminhos que a trama vai seguir e apenas assistir o desenrolar dos acontecimentos, que ficam cada vez mais fáceis conforme a história avança, deixando a complexidade da linguagem militar de lado e investindo em cenas de ação. Um ponto positivo até, afinal, somente após o segundo ato que, finalmente, momentos empolgantes começam a acontecer, mesmo que muito fracos para toda a construção até então, deixando aquele gosto de que algo está faltando e, novamente, não fazendo jus ao “furioso” do título nacional.

O excesso de personagens não atrapalha, já que todos são bem rasos, com exceção do protagonista, que ainda assim é um personagem clichê, facilmente visto em diversos outros filmes, que banca o herói humilde e que somente suas táticas podem salvar o dia, ou melhor, o mundo. A direção de Marsh é boa e sabe aproveitar o melhor dentro de ambientes fechados, assim como a trabalho da fotografia, que ajuda a criar tensão e claustrofobia em certas cenas.

No geral, ‘Fúria em Alto Mar’ até consegue emplacar bons momentos de ação e o diretor sabe criar apreensão no espectador. Porém, a trama se rende ao tédio e repetição, desperdiçando a chance de criar uma nova franquia de sucesso e com isso afunda em direção as profundezas do oceano sem deixar vestígios.

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