Crítica | Traffik: Liberdade Roubada

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Não é de hoje que o cinema busca trazer histórias reais chocantes e que, na cabeça de algum produtor experiente, certamente surgiu o pensamento “isso daria um bom filme!”. E muitas vezes realmente dá. Ótimas histórias estão escondidas onde menos procuramos por elas. Mas também existe um caso interessante de quando o filme não consegue fazer jus a história contada, que acaba sendo grandiosa demais, e então precisamos nos contentar com o que vemos em tela. Este último caso se aplica perfeitamente ao thriller ‘Traffik: Liberdade Roubada’.

Com direção de Deon Taylor, conhecido por projetos pequenos de suspense, a trama apresenta um casal que viaja para uma casa isolada, buscando tranquilidade e romance, quando se envolvem com uma terrível organização internacional de tráfico sexual de mulheres. Aparentemente, o longa tinha tudo para dar certo, mesmo com a premissa batida, a ambientação é boa e os protagonistas, de certa forma, são carismáticos juntos, no entanto, a trama demora demais para avançar e começa a dar voltas e mais voltas em situações que facilmente seriam resolvidas em poucos minutos. Esse ritmo lento segue até a metade do filme, porém, até lá o desânimo já está estabelecido.

A talentosa da Paula Patton (Missão Impossível – Protocolo Fantasma) vive a protagonista Brea, uma determinada jornalista afastada que vê naquela situação tensa uma chance de expor a quadrilha e ainda conseguir seu emprego de volta. Apesar de seu evidente talento em outros projetos até mesmo maiores, Patton desperdiça sua chance de brilhar em um filme que necessita, mais do que tudo, sua presença. Sempre com um sorriso estranho, a atriz parece desconfortável com o papel, ficando engessada, caricata e presa demais ao roteiro. Há algumas nuances boas de atuação, mas nada memorável como a personagem exige. Assim como é seu par romântico, o ator Omar Epps (Dr. House), que mais sem presença, impossível.

Já o roteiro, busca na história real um meio termo entre momentos tensos e situações que dariam boas cenas, se perdendo nessa linha que é adaptar algo tão pesado sem muita experiência para isso. Expositivo ao quadrado, sempre explicando ao espectador o que está acontecendo, até mesmo quando as cenas são óbvias demais. E recheado de clichês do gênero, como se a casa isolada já não fosse o suficiente, há desde carros que não funcionam na hora da fuga, passando por tempo que só avança quando é conveniente ao vilão, até mesmo reviravoltas bobas e preguiçosas. E isso tudo se soma a uma direção fraca, com enquadramentos óbvios, deixando passar até mesmo alguns erros de continuidade que se tornam perceptíveis.

Mesmo com as falhas, um ponto positivo vem da representatividade, que precisa ser ressaltada até que se torne comum em Hollywood. A protagonista feminina é uma mulher forte, determinada, mesmo que a atriz não entregue mais do que o roteiro necessitava, assim como todo o restante do elenco principal, formados por atores negros. E a trama até busca tocar em pontos feministas, apesar de ter perdido a chance de ser mais intimista, como acontece nos suspenses ‘Vingança’, com a Matilda Lutz, e ‘Breaking In’, com Gabrielle Union, ambos ótimos exemplos de como apresentar uma final girl de qualidade.

Com mais baixos que altos, ‘Traffik: Liberdade Roubada’ desperdiça a oportunidade de ser um dos suspenses mais comentados do ano por não dar liberdade ao elenco de improvisar e sair do lugar comum, afinal, não adianta se inspirar em uma história tão avassaladora se a produção não tem forças para contá-la da maneira mais cruel e necessária possível.

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