Carnívoras | Irmãs atrizes brigam ao estudarem texto em nova cena divulgada

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Contratada por Sam (Zita Hanrot) como sua assistente pessoal, Mona (Leïla Bekhti) tenta passar o texto das cenas que a irmã terá que gravar no dia seguinte em “Carnívoras”, de Jérémie e Yannick Renier. Porém, a protagonista de “Justine”, adaptação do livro “Justine ou os Infortúnios da Virtude”, do Marquês de Sade, não está disposta a ensaiar e reclama: “Que saco! Não pode me deixar em paz?”. Ao que Mona rebate: “Você é muito idiota mesmo”.

Assista a cena abaixo:

https://vimeo.com/289299870

O tema dos irmãos inimigos, explorado em “Carnívoras”, reflete a própria experiência dos irmãos Yannick e Jérémie, ambos atores, um com uma carreira mais consolidada do que o outro. Jérémie e Yannick sempre tiveram vontade de trabalhar juntos como diretores. A ideia para o roteiro original surgiu após um acontecimento vivido pelos dois. Em uma viagem de divulgação de um filme no qual contracenavam, Jérémie, o caçula que alcançou sucesso mais cedo, recebeu um telefonema e, por causa disso, Yannick o ajudou com sua bagagem. Ele relembra: “Quando desliguei, eu vi toda a equipe do filme nos observando como um clichê vivo: o ator de cinema seguido por seu irmão mais velho e menos conhecido, cheio de bagagem de ambos. Foi tão patético quanto hilário porque não reflete em nada a natureza do nosso relacionamento. Mas essa anedota foi a inspiração para o tema de um filme que, a princípio, seria uma comédia”.

Jérémie explica: “Antes de trabalharmos juntos, não estávamos cientes de que falar sobre nossa relação como irmãos iria forçosamente revelar afetos complexos. Foi somente quando começamos a escrever que entendemos que, como todos os irmãos e irmãs do mundo, tínhamos velhas contas a serem acertadas”. Yannick acrescenta: “O entusiasmo um pouco ingênuo com o qual tínhamos começado a escrever progressivamente se transformou em uma introspecção mais sombria. Bem rapidamente, o mito dos irmãos inimigos Abel e Cain se impôs como uma fonte de inspiração. Sam e Mona não podem brilhar juntas, uma eclipsa a outra, e isso não depende da vontade delas. Eu vejo lógico então que a comédia inicial se tornou aos poucos um filme de gênero, que ia nos dar a latitude necessária para deixar nossas pulsões – até as mais sombrias – se expressarem.

Um elemento que faz com que o filme se pareça a um thriller é também a sua economia de diálogo: tudo se expressa através dos corpos e dos olhares, e a relação entre as irmãs é quase carnal, animal. A diferença na personalidade delas e a relação misturada de amor e ciúmes que vivenciam se traduzem sobre tudo pelas atitudes. É mais como um filme de gênero que como um filme de autor que “Carnívoras” encontra sua identidade. Ele consegue ir além do assunto tratado e se tornar parte de uma história maior, mais geracional, se dirigindo a um público mais amplo.

O filme estreia amanhã, dia 13, em Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

Assista ao trailer:

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