Crítica | Limites

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Os americanos têm uma profunda ligação com suas estradas. Seja pela quantidade exorbitante de automóveis que produzem e consequentemente a quantidade de asfalto que cruza os EUA, é muito difícil não lembrar de um filme que envolva se deslocar por longas distâncias de carro. De filme mais bobos de amigos de faculdade se embebedando até a mais profunda crítica ao capitalismo, toda temática já rodou nos pneus cinematográficos dos Estados Unidos. Em uma busca pelo perdão e validação externa, Limites é um filme que coloca sua bagagem emocional no porta-malas e te leva numa jornada extraordinária.

O filme nos apresenta a personagem Laura Jaconi, interpretada por Vera Farmiga, de uma maneira que já mostra aspectos importantes da personagem. Em uma consulta com sua terapeuta, aprendemos que Laura esconde coisas até mesmo da pessoa que é responsável pela sua saúde mental, que tem uma relação conflituosa com seu pai e que ela tem compulsão por adotar animais de rua. Como se tudo isso não fosse o bastante, a personagem está presa em um emprego medíocre enquanto tenta conciliar uma vida amorosa inconstante com a criação do filho adolescente.

Henry, filho de Laura, é o típico garoto que não se encaixa nos padrões de ensino médio americano, o que acaba ocasionando sua expulsão da escola por agredir uma integrante do corpo docente e de sua fixação em desenhar outras pessoas peladas.

Evitando ligações do pai o máximo possível, Laura não resiste ao desejo de saber o que está se passando com o homem que esteve ausente durante sua vida e atende o telefone apenas para descobrir que ele está sendo expulso de sua casa de repouso.

Com um filho expulso da escola e um pai desabrigado, Laura recorre a sua irmã, Jojo, para que fique com o pai, Jack. Apesar de comprar uma passagem de avião, o patriarca dos Jaconi insiste para que façam a viagem em seu Rolls Royce antigo.

Após uma longa e meticulosa introdução de todos elementos da trama, começamos a “road trip” com os personagens e toda suas disfuncionalidades que ficam ainda mais em destaque quando eles são forçados a conviver um com o outro.

A única preocupação de Laura é que o filho não se apegue ao avô, para que Jack não possa quebrar o coração de seu filho como tantas vezes fez com ela. A tarefa é muito mais difícil do que parece, pois o idoso possui um carisma que deixa até mesmo a protagonista balançada.

Nesse ponto as atuações estão perfeitas para proposta do filme. Vera Farmiga entrega uma mulher em um conflito interno gigantesco, alimentado por anos de abandono paternal e que acaba criando um padrão de achar que não merece amor e se envolver em relacionamentos abusivos, sejam eles amorosos ou profissionais.

Christopher Plummer também está fantástico como Jack Jaconi, um homem que renegou a própria família por anos em nome de aventuras e dinheiro, mas que ao mesmo tempo é amável e carismático. É difícil até mesmo pro espectador definir a merecida culpa de Jack. Um dos grandes trunfos do filme.

A direção do filme entrega o que necessário e não tenta inovar muito. As tomadas de transição e formação de sequências com músicas são as mesmas que já vimos em milhares de filmes indies de anos anteriores. Por conta disso, quando o filme parece precisar de uma mão mais firme para ditar o ritmo no final, a qualidade cai um pouco e a sensação de que os créditos já poderiam ter subido fica no ar.

Mas, no fim das contas, Limites é um bom filme sobre aprender a perdoar e o sobre o que podemos aprender quando nos desprendemos das âncoras que carregamos durante a vida.

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