Crítica | Três Anúncios para um Crime

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“ESTUPRADA ENQUANTO MORRIA”
“E AINDA SEM PRISÕES?”
“COMO PODE, XERIFE WILLOUGHBY?”

E assim a história da pequena cidade de Ebbing, nunca mais foi a mesma! Na história escrita por Martin McDonagh, Mildred Hayes vivida por Frances McDormand, se vê inconformada com o assassinato de forma brutal da sua filha que até então não fora descoberto nenhum acusado e a polícia parece inerte. É quando ela tem a ideia de usar três outdoors abandonados na estrada da pequena cidade para instigar a polícia e consegue chamar a atenção de todos.

Talvez lendo a sinopse ou assistindo aos trailers você acha que o filme irá pelo clichê de a polícia se sentir incomodada e finalmente ressuscitar a investigação. Três Anúncios para Um Crime não é sobre a morte da filha de Mildred, não é sobre a investigação, não apenas. O filme é sobre como a perda pode afetar a vida de tantas pessoas ao redor.

Frances McDormand é uma força da natureza nesse filme. O nível de dramaticidade que ela traz ao papel é arrepiante, comovente e até mesmo assustador. Sabe aquela típica frase de mãe: “Não mexe com meu filho”? Frances mostra através de Mildred o que uma mãe é capaz de fazer. Seja alugar outdoors, chutar alunos da escola do seu filho, brigar com o padre ou tocar fogo na delegacia.

O grande acusado do filme, o Xerife Willoughby vivido por Woody Harrelson, não só tem que lidar com o peso dos anúncios, ele luta contra um câncer em estado terminal e consegue mesmo “apanhando” com as acusações, consolar Mildred, se preocupar com sua família e ser o mentor do seu policial rebelde Jason Dixon (Sam Rockwell).

A direção de Martin McDonagh consegue de forma sutil navegar por todos os núcleos e subtramas que vão surgindo ao longo do filme e até mesmo um plot twist mostrando que Três Anúncios pode desencadear não somente uma retomada da investigação pela polícia, mas uma mudança na vida uma sociedade.

Coincidentemente o filme vem em uma época onde o abuso sexual veio à tona nos “anúncios” de Hollywood. Coincidência ou não, por mulheres fortes como a Mildred Hayes. E com essa coragem de gritar isso aos quatro cantos estão fazendo história em sua geração.

O filme já levou diversos prêmios no Globo de Ouro, BAFTA, SAG Awards e Spirit Independent Awards. Além disso, tem oito indicações ao Oscar. Porém, mais do que premiações, o filme deve se tornar um clássico por sua mensagem de justiça tão importante para os nossos dias!

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