Crítica | O Amante de um Dia

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O capítulo final da trilogia “Amantes”, do diretor francês Philippe Garrel, será lançado no Brasil em março de 2018 e marca mais uma tentativa do cineasta em buscar a essência dos relacionamentos amorosos, com todas as tensões e emoções inerentes.

A história começa com Jeanne (Esther Garrel) em um choro sufocante, com a mala pronta para deixar o apartamento onde vivia com seu ex-noivo Mateo (Paul Toucang) após receber um famigerado pé na bunda.  Sem lugar para ficar, ela busca abrigo na casa de seu pai, Gilles (Éric Caravaca), um professor universitário. O que Jeanne ainda não sabe, no início, é que Gilles está se relacionando (morando, inclusive) com Ariane (Louise Chevillotte), que é uma de suas alunas e tem a mesma idade da filha – 23 anos.

Tanto a estética como o desenvolvimento da narrativa deixam clara a referência do diretor à escola da Nouvelle Vague no cinema francês – destacando-se, nesse ponto, a ênfase na construção psicológica de cada personagem, a liberalidade nas relações amorosas e a vida cotidiana retratada. Especificamente sobre a fotografia, é interessante observar que a construção das imagens em preto e branco é o principal recurso para construir a vibe conceitual e alternativa do filme.

 

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Logo no início, a tendência natural do telespectador é imaginar que Jeanne irá repudiar o relacionamento do pai ou ao menos ter alguma resistência com relação a Ariane. Mas, muito distante disso, as duas personagens femininas se tornam grandes parceiras e confidentes, compartilhando momentos e histórias que Gilles sequer tinha conhecimento.

Pode-se dizer que a amizade entre Jeanne e Ariane se torna, então, um dos grandes focos do filme, em contraponto com o relacionamento entre Ariane e Gilles. Isso porque, ao mesmo tempo em que as duas jovens se aproximam, o relacionamento amoroso começa a ruir.

Um ponto interessante é que o filme consegue fugir bem dos estereótipos afetos às relações entre homens e mulheres mais jovens ou entre a filha e a “madrasta” jovem. Em nenhum momento Ariane soa como uma jovem iludida, interesseira ou mesmo autoritária. Da mesma forma, a personagem de Jeanne consegue separar bem a amizade com Ariane do seu relacionamento com o pai. Além disso, Gilles passa longe do papel de “quarentão sedutor” e desenvolve bem a função de pai compreensivo e que sabe dar espaço aos momentos da filha.

Embora essa fuga aos estereótipos seja positiva, ela pode fazer com que o filme pareça um tanto sem graça à medida que, superados os estereótipos, nenhum dos personagens demonstra uma grande personalidade, um ideal de vida definido ou uma grande revolução pessoal. Nesse sentido, um dos maiores problemas do filme é não deixar clara uma mensagem (ou uma “moral”) da história. Isso não seria tão ruim se a narrativa trouxesse várias interpretações, possibilitando a cada expectador uma conclusão diferente… Mas não é o caso. O desfecho do filme deixa uma sensação de incompletude e dá a impressão de que faltou muito para que o filme diga algo significativo.

Outro fator que reforça a sensação de incompletude no filme é a ausência de relação entre o título e a história. Por mais que hajam traições no filme e que todas durem apenas alguns momentos, nenhuma delas tem uma relevância tão grande para a narrativa em si e nenhum dos amantes tem qualquer protagonismo na vida dos personagens principais. Por isso, parece que nada justifica de forma satisfatória a escolha do título.

Talvez a ideia de O Amante de um Dia seja somente demonstrar um ponto de vista sobre as relações humanas a partir do contexto narrado, sem a pretensão de transmitir uma mensagem significativa. Essa é a única possibilidade para imaginar que o filme tenha sido bem sucedido.

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