Crítica | Me Chame Pelo Seu Nome

Array
Publicidade

[et_pb_section bb_built=”1″][et_pb_row][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text]

É muito comum que filmes de romance gay se encaixem dentro de uma fórmula pré-estabelecida, em que o longa trata de descriminação, aceitação, empoderamento e amores proibidos que quando acontecem funcionam como fonte de libertação sexual para os protagonistas. Grandes sucessos recentes se enquadram nessa categoria – Moonlight: Sob a Luz do Luar, O Segredo de Brokeback Mountain. Definitivamente, é uma maneira esplêndida de expressar a realidade vivida por diversos casais homossexuais, mas não a única.

Mais recentemente, Azul É a Cor Mais Quente foi por um outro caminho. Esquecendo as noções de desigualdade e descriminação sofrida pelo casal, o filme se atém nas personagens e no amor entre elas, basicamente. Me Chame Pelo Seu Nome segue a mesma linha, esquecendo por completo a fórmula que trata de personagens buscando aceitação, e se concentrando em apresentar dois personagens e o amor de verão que eles têm.

A trama se passa no sul da Itália, em uma casa de veraneio, onde a família de Elio Perlman (Timotheé Chamalet) repousa. O pai do garoto costuma receber em todo verão um garoto para ajudá-lo com seus manuscritos e estudos. Dessa vez, eles recebem Oliver (Armie Hammer), que em pouco tempo consegue conquistar Elio e acaba iniciando uma história complexa de amor.

É interessante como o diretor Luca Guadagnino (Um Sonho de Amor) consegue desenvolver essa atração entre os dois personagens. Oliver chega austero, encorpado, e é tratado pela câmera como uma figura divina, sempre sobrando em tela. Mais intrigante ainda é ver como a direção capta os olhares sutis e escondidos que os dois personagens trocam. Elio fica sempre à deriva, tentando não encarar a figura altiva, mas não consegue.

O contraponto entre eles é perfeito: um é o homem que fala com todo mundo, educado, com vozerão e com muita presença. O outro é um adolescente tímido, magricela e com pouquíssima atitude. Apesar disso, no quesito romântico, os dois se assemelham muito em suas inseguranças.

 

[/et_pb_text][et_pb_code _builder_version=”3.0.89″ text_orientation=”center”]<script language=”JavaScript1.1″ src=”https://t.dynad.net/script/?dc=5550002447;ord=1515273630969;idt_product=1;coddisplaysupplier=334bad9aa748436dbab1e931374f4030;descrColor=000000;titleColor=000000;urlColor=A6A6A6;borderColor=FFFFFF;bgColor=FFFFFF;altColor=FFFFFF;deslabel=native;click=”></script>[/et_pb_code][et_pb_code _builder_version=”3.0.89″ text_orientation=”center”]<script language=”JavaScript1.1″ src=”https://t.dynad.net/script/?dc=5550002447;ord=1515273630969;idt_product=1;coddisplaysupplier=334bad9aa748436dbab1e931374f4030;descrColor=000000;titleColor=000000;urlColor=A6A6A6;borderColor=FFFFFF;bgColor=FFFFFF;altColor=FFFFFF;deslabel=native;click=”></script>[/et_pb_code][et_pb_text _builder_version=”3.0.89″ background_layout=”light”]

Há uma pré-determinada distância entre os dois personagens que se relaciona diretamente com a distância de seus sentimentos e conforme o filme avança, isso diminui e os protagonistas se aproximam. Entretanto, não é uma aproximação exacerbadamente romantizada, mas muito realista. É uma paixão embaraçosa, constrangedora e com pouco entrosamento.

Assim como um amor de adolescência, muitas vezes os dois se vêem sem saber o que falar, com silêncios inibidos. Os jogos de sedução são totalmente desengonçados, como se os personagens não soubessem muito bem como lidar com aquilo. Para complementar, a aproximação dos dois se dá da mesma maneira. Do mesmo jeito que acontece com amores juvenis, nenhum dos dois tem coragem para dar a iniciativa.

Essa naturalidade se dá como em um romance adolescente comum. O discurso do filme em nenhum momento tenta trazer à tona discussões como desigualdade, descriminação ou preconceito. A família de Elio é bastante liberal, o que fica evidente na maneira como lidam com tradições, unindo o judaísmo e o cristianismo sem preconceitos. Em determinado momento, também é apresentado o casal gay amigo deles, totalmente aceito.

O melhor de tudo fica pela sinceridade e simplicidade da história. O roteiro fica por conta de James Ivory, que adapta o livro homônimo escrito por Andre Aciman, e consegue lidar com esse amor entre os personagens de uma maneira muito honesta, de forma que o filme funcionaria exatamente da mesma maneira se tivesse um casal heterossexual como protagonista, ou um casal de garotas. Essa é a grande questão: é um filme que se sobressai porque, mesmo que trate do amor entre duas pessoas gays e sua paixão de verão, vai além. Trata de amor no geral.

Isso é um grande mérito porque torna os personagens facilmente identificáveis, principalmente Elio, que é um garoto que busca encontrar seu lugar no mundo. É um jovem apaixonado e que sofre, chora, grita, ama, se satisfaz e se frustra por conta dessa paixão – e isso é universal: acontece tanto entre homossexuais quanto entre heterossexuais, bissexuais, etc.

Me Chame Pelo Seu Nome vai muito além do que o imaginável. É, sem dúvida alguma, um filme que merece levar prêmios nessa temporada, mas ao mesmo tempo, é muito mais do que um filme de Oscar. É uma carta de amor, escrita com muita sinceridade, carinho, honestidade e autenticidade. É uma jornada de amadurecimento, falando de fases felizes, tristes, satisfatórias e frustrantes da vida amorosa, sem distinção de opção sexual. É um filme universal sobre o amor.

Nota: 10/10

Ficha técnica:

Direção: Luca Guadagnino

Roteiro: James Ivory

Elenco: Timotheé Chamalet, Armie Hammer, Amira Casar, Esther Garrel, Michael Stuhlbarg

Data de lançamento no Brasil: 18 de janeiro de 2018

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]

Última Notícia

Mais recentes

Publicidade

Você também pode gostar: