40 anos de Star Wars: o legado de um homem brilhante

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Em 2017, Star Wars completa 40 anos de existência. Foi em 25 de maio de 1977 que Uma Nova Esperança chegava aos cinemas, carregado de incertezas, aflições por parte dos executivos – e até mesmo do próprio criador – e sendo um grande risco à 20th Century Fox. Entretanto, como se provou com o passar do tempo, Star Wars é, atualmente, o maior símbolo da cultura pop, seja por sua longevidade, sua atemporalidade ou por seu significado para os filmes atuais: querendo ou não, todas as sagas do momento seguem, de uma maneira ou de outra, os parâmetros estabelecidos pela franquia. Não é à toa que em 25 de maio também se comemora o dia do Orgulho Nerd e que Star Wars ultrapassou as barreiras dos filmes, tornando-se uma marca global, possuindo brinquedos, livros, quadrinhos, estojos e todo tipo de utensílio com um personagem estampado. Mas nem sempre foi assim. A franquia que conquistou o coração de tantas pessoas passou por alguns perrengues antes de se consolidar, e também não surgiu do pó, tendo algumas influências diretas.

A ideia surgiu há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante… na cabeça de um jovem chamado George Lucas, um fã de carteirinha de faroestes, seriados de TV dos anos 30, de religiões orientais – principalmente o Budismo -, mundos futuristas e de Akira Kurosawa, um diretor japonês. Inicialmente, a ideia de George era de fazer um remake mais sério de Flash Gordon, dando a ele um tom mais soturno, esquecendo os vilões toscos e ridículos. Porém, Lucas não conseguiu os direitos para realizar o filme. (Nesse momento, o diretor já tinha dirigido Loucuras de Verão, provando-se como cineasta e faturando uma boa quantidade de dinheiro). George decidiu criar sua própria história então, e foi aí que Star Wars nasceu.

O diretor escreveu, inicialmente, um roteiro imenso – alguns dizem que tinha cerca de seis horas de duração -, e resolveu cortá-lo em três pedaços, os equivalentes aos episódios IV, V e VI. Entretanto, George sempre afirmou que pensou a saga como uma história de seis filmes, com potencial para chegar a nove. As ideias primárias de Lucas para o projeto tinham embasamento em diversos filmes e em diversas ideologias: além da influência direta de Flash Gordon para o longa-metragem, o cineasta buscou embasar-se no trabalho do diretor Akira Kurosawa (especificamente nos filmes O Sétimo Samurai e A Fortaleza Escondida), adaptando a ideia de samurais para Cavaleiros Jedi. Influenciou-se, também, em faroestes, principalmente o filme Rastros de Ódio. Metrópolis e 2001: Uma Odisséia no Espaço também serviram de inspiração para o diretor. Por último, e talvez a influência mais importante: Joseph Campbell. Lucas nunca escondeu que baseou-se completamente na tal da ‘Jornada do Herói’, proposta por Campbell em seus livros O Poder do Mito e O Herói de Mil Faces. De acordo com a ideia de Joseph – aderida por George -, a mitologia de cada história apresenta sempre a mesma estrutura narrativa em torno do herói arquetípico – ou seja, independente de ser Katniss Everdeen ou Harry Potter, eles sempre passam pelos mesmos tipos de conflitos. Lucas modelou seu Luke Skywalker com base nessas pistas, o que o coloca lado a lado com personagens clássicos da mitologia grega, como Hércules, Perseu e Édipo.

Depois que o roteiro para o primeiro filme ficou pronto, Lucas saiu tentando vender seu peixe. Ele foi rejeitado pela United Artists, pela Universal Pictures, pela Warner e pela Disney (que, ironicamente, depois viria a comprar a Lucasfilm Ltd., em 2012). O chefe da 20th Century Fox, Alan Ladd Jr. aceitou a ideia de George – sendo provavelmente a primeira pessoa a se apaixonar por Star Wars, já que dizia a Lucas que amava toda a trama. A ideia era fazer um filme de espaço de baixo orçamento, gastando US$ 8 milhões de dólares, mas no fim das contas, foram gastos US$ 11 milhões, o que enlouqueceu os produtores. Lucas foi bem esperto na época, e no acordo feito com a Fox, o cineasta garantiu os direitos completos de uma possível sequência (que ninguém acreditava que iria acontecer) e de qualquer merchandising que poderia derivar dos filmes.

E a produção enfim começou – e não foi nada fácil. O primeiro problema que George Lucas enfrentou foi a falta de popularidade que o gênero de ficção científica passava na época. E com essa falta, todos os estúdios de efeitos especiais tinham falido e os departamentos das grandes empresas haviam sido fechados. Ou seja, sem ter a quem recorrer, Lucas reuniu um time e montou seu próprio estúdio de efeitos especiais, a ILM (Industrial Light and Magic). Mas os problemas não pararam por aí: as filmagens na Tunísia – que serviu de cenário para Tatooine – sofreram com as constantes tempestades de areia, o calor insuportável – principalmente para os atores Anthony Daniels e Kenny Baker, que viveram C-3PO e R2-D2, respectivamente, e precisavam usar um figurino super pesado e quente -, o orçamento do filme tinha estourado e a Fox não estava nada contente com isso, ameaçando cancelar a produção toda. E tem mais: ninguém do elenco acreditava que o filme realmente daria certo, exceto Alec Guinness – coincidentemente, o ator que Lucas não queria contratar por ser um nome muito grande. Todos esses problemas acarretaram na escolha de George em não dirigir nenhuma das sequências, atuando apenas como produtor.

E em 25 de maio de 1977 estreou o filme que consolidaria uma paixão, que serviria de embasamento para a criação de quadrinhos, séries, animações, games e livros. O sucesso foi estrondoso. Star Wars (ainda sem Uma Nova Esperança no título) estreou em 32 salas de cinema e bateu o recorde de público em todas, apesar da falta de ajuda da Fox. O estúdio preferiu não gastar muito com a publicidade do filme, não tendo fé em seu possível sucesso – hoje em dia eles devem se arrepender -, dependendo do próprio George Lucas e sua equipe. O filme teve todo seu investimento coberto em apenas cinco semanas, possibilitando as sequências de acontecerem e teve 11 indicações ao Oscar 1978 (vencendo seis delas). Além de todo esse faturamento com as exibições, os personagens cativaram o público e abriram caminho para o início de um merchandising que duraria mais de três décadas.

40 anos se passaram desde que o primeiro Star Wars foi feito, e a longevidade e atemporalidade da saga são continuamente reiteradas pelo sucesso e pela qualidade dos filmes. Nesses anos, as duas continuações pensadas previamente foram produzidas, prequels foram feitos – mesmo que a grande maioria das pessoas não os aceite muito bem -, diversos livros e quadrinhos foram escritos, séries animadas foram lançadas, uma continuação sem Lucas já foi feita, um derivado já estreou e neste ano em que se comemora esse aniversário o oitavo filme da saga chega aos cinemas. George Lucas, para o bem ou para o mal, não está mais envolvido na saga que criou, mas deixou seu legado. Deixou a todos os fãs de cultura pop – e aos fãs de bons filmes – uma franquia que perdura apesar de sua velhice.

Star Wars é genial por diversos motivos. O fato de ter o melhor vilão do cinema, um dos heróis mais carismáticos, um contrabandista galã, uma princesa que representou mais de duas gerações, uma das maiores reviravoltas de todas, uma mitologia bem desenvolvida e um universo rico em todos os sentidos são apenas alguns deles. A saga também serviu de influência para muitas franquias atuais, seja a estrutura de roteiro, seja a ideia de um herói que precisa ir contra todas as possibilidades para vencer. Fica aqui, então, uma homenagem a George Lucas, o pai desse universo, que foi contra todas as possibilidades e viu um sucesso em algo que ninguém mais via, e a todos os envolvidos na criação dessas histórias amadas por tantos. Que venham os próximos 40 anos e que a Força esteja com essa saga!

>>>Confira nossa crítica de Star Wars: Os Últimos Jedi<<<

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