IT – A coisa: um filme fora da caixa

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Não é novidade, e inclusive já falamos aqui, que o gênero “terror” das telonas não vinha bem das pernas tem um tempo. Seja no excesso de efeitos e falhas de roteiro ou ainda nas atuações pífias, a maioria das recentes produções que buscaram aterrorizar os expectadores andaram causando certo desconforto, mas não da maneira que gostaríamos. Em meio à esse panorama, o diretor Andrés Muschietti consegue entregar uma verdadeira obra prima, tão bem trabalhada que imprime grande dificuldade em que se propuser a rotulá-la sob um determinado gênero.

Com um elenco principal composto por sete atores mirins, It – A Coisa conta a história dos inúmeros terrores que assolam a cidade de Derry e de seus personagens, envoltos entre desaparecimentos e assassinatos. O longa narra a jornada dos pré-adolescentes em busca de encontrar Georgie, irmão do protagonista Bill, sumido no início do filme. Em meio aos estranhos acontecimentos, as crianças se deparam com a causa dos horrores da cidade: o palhaço Pennywise.

Interpretado por Bill Skardgard, o violão do filme consegue imprimir mais que medo, mas um constante sentimento de tensão. Os olhares e sorrisos sombrios de Bill fazem com que até mesmo os mais fortes queiram desviar o olhar. Nem fantasma nem serial killer, o Pennywise de Muschietti é autoexplicativo. Ele é. Entidade maligna que se alimenta dos medos das pessoas, o palhaço busca constantemente contextualizar seus assombros nas situações delicadas da vida de cada um dos protagonistas. Embora exista uma superficial explicação da participação do palhaço nas tragédias ocorridas desde a fundação da cidade, nenhum detalhe sobre a história do violão é esmiuçado, o que surpreendentemente não atrapalha em nada a continuidade e conexão dos eventos da narrativa.

Dedicando boa parte de suas quase três horas de duração à construção dos personagens, o filme costura de maneira brilhante as ameaças do universo “fantasioso” de Pennywise e as tensões “reais” vividas no lar de cada uma das crianças que compõe o time. Longe de ser um filme com qualquer pegada infantil, It demonstra extrema verossimilhança desde de os violentos ataques do palhaço até situações domiciliares de abuso, tortura psicológica e bullying.

Tanta informação e o clima tenso da obra teriam tudo para fazer com que a produção se tornasse cansativa, mas nem mesmo esse ponto foi deixado de lado. Com cenas de alívio cômico inteligentes e bem inseridas, o expectador é levado ao riso inúmeras vezes, o que faz com que o posterior retorno ao suspense ganhe ainda mais destaque.

A excelente combinação de momentos cômicos, tensos, horripilantes e inspiradores faz de It uma verdadeira aventura de terror. Se uma das máximas da criatividade é pensar fora da caixa, o novo filme de Andrés Muschietti promete (e cumpre) esparramar seu excelente roteiro nas paredes, no teto e no chão de quem se dispõe a encarar Pennywise nasceu telonas.

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