CRÍTICA | DEFENSORES – 1° TEMPORADA

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Não tem para onde correr, os heróis estão tomando conta do entretenimento. Este ano já tivemos quatro filmes de super-heróis (Marvel/DC) e ainda tem mais dois pela frente. No universo das séries esse número é ainda maior, e por mais que a DC saiu na frente nesta nova fase de heróis na TV com a criação do Arrowverse em 2012. Mas é evidente que a Marvel (não me chamem de Marvete), oferece nesse contexto séries mais maduras e tramas mais consistentes.

Marvel's The Defenders

Nesse contexto, em 2015, surgiu a parceria entre Marvel e Netflix com Demolidor, em seguida fomos apresentados a novos heróis urbanos da editora: Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro, que todos já sabíamos que culminaria não apenas em um episódio crossover, mas em uma série com essa reunião dos heróis, tal qual o universo cinematográfico culmina nos filmes dos Vingadores. No percurso nos foram entregues ótimos shows (Leia-se Demolidor e Jessica Jones) e outros nem tão bom assim (leia-se Luke Cage e Punho de Ferro).

Defensores começa exatamente após os eventos de cada série individual. Matt Murdock ou Demolidor desistiu da carreira de herói após “ver” Elektra morrendo em seus braços e todo o terror causado pelos atos extremistas do Justiceiro. Jessica Jones segue sua vida embriagada e sem heroísmo. Luke Cage é liberto da prisão e Danny Rand continua procurando pistas do Tentáculo para combatê-lo.

Fugindo da fórmula dos 13 episódios, a série opta por apresentar 8 episódios nessa temporada, o que foi uma das decisões mais acertadas, tendo em vista a maior fluidez ao texto e eliminação dos fillers tão presentes em Luke Cage e Punho de Ferro. Mesmo com a redução dos episódios a série não mete os pés pelos braços para conseguir juntar os heróis. Isso se dá aos poucos usando metade da temporada, e isso não é ruim. Podemos dividir a temporada em duas: metade para os heróis se conectarem e a outra metade para o combate ao vilão.

Marvel's The Defenders

O inimigo maior dos Defensores é o Tentáculo, algo que já tínhamos alguns lampejos do que era em Demolidor, e foi ampliado em Punho de Ferro. Sendo assim as principais conexões são oriundas dessas duas tramas. A vilã Alexandra (Sigourney Weaver) decide utilizar a última poção da ressurreição em Elektra, transformando-a no Céu Negro, acreditando ser a maior arma para deter o Punho de Ferro, o único capaz de abrir o portal para conseguir os ingredientes necessários para a poção.

Mesmo sendo o alvo do Tentáculo, o Punho de Ferro não consegue ter carisma o suficiente nem experiência o suficiente para ser o líder da equipe, cargo esse que fica para o Demolidor, o que faz todo sentido tendo em vista que o herói está a mais tempo nas ruas (e nas telas). Ainda sobre Danny Rand, o encontro dele com Luke Cage e a dupla que eles formam é um excelente fan service para quem queria ver Power Man and Iron Fist juntos na tela. Os dois juntos funcionam muito bem em tela, é de se pensar até cancelarem suas séries solos e fazer uma com os dois juntos.

Jessica Jones é responsável por trazer ao ar alguns momentos de alívio cômico através de seu humor ácido e sua descrença nos fatos místicos de K’um L’um, o que é de se estranhar tendo em vista que eles estão em Nova Iorque, cidade que já foi sitiado por alienígenas em Vingadores.

os-defensores18

As lutas foram bem coreografadas, pelo menos melhor que a decepção que tivemos em Punho de Ferro. É perceptível o cuidado que houve para extrair o melhor de cada herói em cena, com direito a famosa cena da luta no corredor que já é uma marca das séries da Marvel na Netflix. Destaque para Élodie Yung, interpretando a Elektra, que rouba as cenas de luta pra si.

A fotografia faz questão de destacar as diferenças entre os heróis dando um tom para cada um: Tons avermelhados para Demolidor, azulado para Jessica Jones, amarelado para Luke Cage e mais esverdeado para o Punho de Ferro. Essa escolha na fotografia ajuda no início da série a identificar já que estão sendo apresentados e contextualizados o universo individual de cada herói, mas perde o sentido, beirando ao tosco da metade da série em diante.

A conexão entre as séries que achávamos que ia ficar a cargo de Claire Temple, na verdade ficou por conta do inimigo em comum e fatos deixados ao longo das séries que passam a fazer mais sentido nessa. É ótimo ver a importância dos coadjuvantes na trama, Karen, Foggy, Malcolm, Trish, Colleen, Stick e Misty Knight, todos juntos dando suporte (como podem) na trama e na luta contra o Tentáculo. Outro fan service é a interação entre Colleen e Misty Knight que só aumenta a vontade de ver as Filhas do Dragão juntas no combate ao crime.

Marvel's The Defenders

Deixando de lado o tom sombrio e pesado devido as cargas pessoais dos heróis, Defensores diverte o público, apresenta um roteiro mais consistente e abre espaço para a “fase 2” da Marvel na Netflix. Alguns erros ainda precisam ser corrigidos, mas a série é prova que a Marvel tem controle do seu universo compartilhado, seja nas telonas ou agora nas telinhas.

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