CRÍTICA | O Círculo

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Quem curte série Scy-Fy sabe que de uns tempos para cá o primeiro contato com algo assustadoramente tecnológico costuma ser acompanhado da expressão “Isso é muito Black Mirror!”. A série de Charlie Brooker consegue retratar a cada episódio diversas “bizarrices” que poderiam surgir da crescente e simbiótica relação homem x máquina, a ponto de assustar até mesmo os mais céticos.

“O Círculo” bebe bastante dessa fonte “Black Mirror”, mas traz consigo uma reflexão ainda mais próxima do que já vivenciamos atualmente. O filme, baseado no livro de Dave Eggers (que também assina o roteiro junto com o diretor James Ponsoldt), acompanha a vida de Mae (Emma Watson), uma humilde jovem que sofre com a esclerose de seu pai e que recebe a oportunidade de trabalhar em uma grande companhia chamada o Círculo. A empresa é o equivalente a uma soma de Facebook, Google e Apple, tendo em seu portfólio produtos que vão de redes sociais a chips de rastreamento, além de uma outra dúzia de serviços tecnológicos.

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A grande sacada da produção é conseguir fazer com que o espectador reflita sobre a narrativa do início ao fim, meditando sobre os dois lados da tecnologia: ao passo em que os avanços tecnológicos podem nos conectar e ajudar em coisas como políticas de segurança, prevenção de acidentes e doenças, também rouba nossa privacidade e nos distancia de uma verdadeira socialização. E o mais importante: ninguém está perguntando o que estas empresas fazem com nossos dados.

Em dias de Stories e Lives, abrir mão da privacidade para garantir seu momento de “fama” se tornou algo bastante natural, mesmo que para isso seja necessário se expor ao ridículo ou ainda expor até mesmo as pessoas mais próximas. Resumindo: a vida se tornou um grande espetáculo. O filme explora profundamente essas mudanças de paradigmas sociais. “Não mentimos quando estamos sendo observados”, conclui um dos personagens.

Como crítica social, O Círculo cumpre seu papel, ainda que com o estereotipo padrão de “empresa má”. A distopia de quem vive conectado e o quão parece incabível não mais viver assim sempre será um bom tema.

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Porém, nem mesmo o bom mote e o caro elenco conseguem salvar os furos de roteiro do filme. Emma Watson (A Bela e a Fera), esforça-se no papel de Mae, mas os saltos entre a menina humilde, a funcionária que gosta de crescer em rankings, o seu envolvimento nas redes sociais como digital influencer são tão bruscos que deixam uma enorme lacuna na cabeça de quem assiste. Na dúvida entre torná-la vítima ou heroína, os roteiristas pareceram ter escolhido os dois papéis e essa transição acabou não convencendo. Tom Hanks, líder da campanhia, ainda rende boas cenas”, mas acaba se tornando uma figura sem carisma ou impacto nos diversos cenários da trama. Até mesmo Ty, personagem de John Boyega (Star Wars), tem uma única função: mostrar (em uma cena) o lado obscuro da empresa, ainda que ele mesmo seja um dos fundadores.

É bem verdade que, em termos de entretenimento, O Círculo agrada e até leva a reflexão, mas uma análise um pouco mais cuidadosa revela diversas lacunas que dao imperdoáveis para fãs acostumados com obras do nível de “Black Mirror”.

Sendo assim, talvez não seja tão Black Mirror afinal.

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