Crítica| LOGAN

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Há 17 anos um filme chegava aos cinemas, produzido por Kevin Feige e que mudaria os olhos da indústria cinematográfica para o universo dos Super-Heróis. Estamos falando de X-Men: O Filme. O filme produzido pela Fox arrecadou US$ 296 milhões para um orçamento de US$ 75 milhões. Ao longo desse tempo podemos ver várias fases e linhas temporais dos Mutantes, porém um personagem era comum em todas: Wolverine.

“Charles, o mundo não é mais o mesmo terá de aprender a viver com isso” – diz Logan a Xavier. Os personagens interpretados por Hugh Jackman e Patrick Stewart respectivamente, passaram juntos por várias fases dos filmes dos Mutantes, nem todas tão boas vale notar. O filme marca a despedida dos dois atores em seus personagens e teremos de aprender a viver com isso. E que despedida.

O ano é 2029, há 25 anos não se houve falar da existência de mutantes por algum evento que ocorreu que o filme não deixa muito claro. Mas já nos primeiros minutos já é possível perceber o estado de Logan, velho, com muitas cicatrizes, olhos vermelhos, trabalhando como chofer. Xavier já com 90 anos, e Alzheimer precisa ser constantemente medicado para controlar os seus poderes.

Quem for ao cinema querendo assistir mais um filme de super-herói pode sair frustrado. Definitivamente Logan não é um filme de herói, e por mais que o ciborgue Donald Pierce, interpretado por Boyd Halbrook, se destaque como antagonista, o maior inimigo do Wolverine é ele mesmo, com o peso do seu passado e tudo que teve que fazer durante toda sua vida. O filme é uma espécie de Road movie, onde a história se desenrola durante a estrada e as situações ocorrem, porém há influências do Western também deixando o filme amarelado e crescendo o tom melancólico.

Quem rouba a cena mesmo é a Dafne Keen, atriz de apenas 11 anos que deixou todos boquiabertos com a interpretação maravilhosa da Laura (X-23), e mostra que o legado do Wolverine deve continuar nas próximas gerações.

Deadpool mostrou que é possível fazer sucesso mesmo aumentando a classificação indicativa e Logan acerta ao usar a mesma tática. Afinal, se vamos nos despedir, que seja com o que o público sempre quis ver. Sangue e cenas de ações frenéticas fazem jus a classificação, porém usada com moderação sem atrapalhar o desenvolvimento do roteiro. Talvez a única coisa que o publico pode se frustrar nesse filme é o fato de Wolverine não usar o famoso uniforme dos quadrinhos, mas isso é justificado durante a trama.

A maquiagem é um show a parte aliada a efeitos de CGI que tornam a velhice de Xavier e Logan ainda mais crível. E se Johnny Cash já tinha deixado a sua mensagem no trailer com Hurt dizendo: – Todos que eu conheço vão embora no final. The Man Comes Around, também de Johnny Cash, despede o filme dizendo: Vozes chamando, vozes chorando / Alguns estão nascendo e outros morrendo.

“Um homem tem que ser o que é Joey, não pode quebrar a forma.”, essa cena de Os Brutos Também Amam (1953) é usada pelo professor X para dar lições a Laura, mas também nos faz entender muito do legado do Wolverine, que em todo tempo não negou sua personalidade, entretanto com todo seu jeito “anti-social”  e tentando demonstrar que não tinha sentimentos lidou com o seu passado até o fim. Logan é sobre família, é sobre existência, é sobre lidarmos com as consequências do nosso passado, mas tentar experimentar novas coisas no hoje.

A geração que cresceu acompanhando as sagas dos heróis nos cinemas vai ter que começar a se acostumar com as despedidas dos atores de seus personagens. E se demorou 19 anos para ser encontrado um novo Superman para substituir Christopher Reeve, sabe-se lá quando acharão um novo Wolverine.

Logan não apenas se despede, mas cria pontes para o futuro. A história de X-23 e os mutantes criados em laboratório pode ser abordada em um futuro próximo. E por sair na frente como primeiro filme dos heróis de 2017, Logan elevou e muito o nível para os próximos que estão programados para esse ano. E que venha a X-23, Novos Mutantes e muito mais X-Men!

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