Crítica | Lego Batman: O Filme

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“Às vezes para consertar um problema temos que criar um problema”, diz o Batman antes de partir para salvar Gotham mais uma vez. E de problemas sabemos que a DC e a Warner entendem muito bem. Talvez Lego Batman, apesar de não fazer parte do cânone da DC, seja uma ótima maneira das empresas começarem o ano consertando ou ao menos aliviando a situação caótica dos últimos anos e fazendo com que o público ( e até mesmo eles mesmos) possam rir um pouco de todas as dificuldades.
Apesar de ser um filme essencialmente infantil, com linguagem e roteiro destinados à esse público, Lego Batman consegue agradar tanto à audiência adulta, através de todas as suas referências, quanto aos pequeninos.
Explorando citações que remontam desde as antiquíssimas cinesséries de TV dos anos 40, passando pelo traje de Batman – O Retorno, o trágico uniforme de Robin (em referência ao de Carrie Kelly na clássica HQ de Frank Miller “Batman – O Cavaleiro das Trevas”) e o da Batgirl baseado na série live-action de 1966, a produção é um verdadeiro leque de fanservice.
O filme não tem medo de satirizar o mal humor do herói, pelo contrário, explora isso como parte da veia cômica do filme, além de destacar outros pontos constrangedores como a paixão de Wayne por seu “tanquinho”, as piadas em que diz que o Homem de Ferro é chato, uma série de brincadeiras com a opção sexual de Robin, além de, pasmem, criticar Esquadrão Suicida “–Usar criminosos para prender criminosos? Que ideia idiota!”.
Desde os primeiros minutos do filme já é possível entender que o sarcasmo do protagonista daria o tom ao filme. Afinal de contas, como a própria produção faz questão de destacar, “todo filme importante começa com uma tela preta e uma música tensa”.
A trama aborda os relacionamentos do herói, seja o familiar, causado pelo orgulho e amor próprio do Homem-Morcego ou pelo relacionamento com o Coringa, quando este tem que ouvir do Batman que ele não tem a menor importância na sua vida e recusa nomeá-lo como arqui-inimigo. Cansado de lutar ao lado dos vilões tradicionais de Gotham, o Coringa propositalmente é capturado e levado a Zona Fantasma para lutar ao lado dos maiores vilões do estúdio. É exatamente nesse ponto que entram as maiores sacadas do filme, quando o público pode contemplar o herói de Gotham lutar contra inimigos nada convencionais como Sauron (Senhor dos Anéis), Lorde Valdemort (Harry Potter), King Kong entre outros. Mas só será possível vencer essas difíceis batalhas se Bruce aceitar que “não dá pra ser herói se você só pensa em si mesmo”.
Uma outra ideia muito legal do filme é construir toda essa ambientação sem deixar de lado a característica principal do filme: os elementos são todos brinquedos da Lego, ou seja, tudo pode ser recriado a qualquer momento como um novo veículo ou arma, apenas a partir da junção de novas peças.
Mais que apenas mais um filme infantil com uma tradicional lição de moral no fim, Lego Batman honra o legado do Homem-Morcego e celebra os 78 anos do herói mais sombrio da DC com muitas risadas e “piadas internas”. Batman encantou e encanta gerações desde os quadrinhos e nós do Pipocas desejamos que continue assim muitas outras gerações. Parabéns Warner e DC por começar o ano com o pé direito.

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