Sense8 volta em Especial de Natal nada tradicional

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Não é de hoje que os especiais de Natal das séries que acompanhamos nos cativam e fazem com que passemos todo o feriado natalino envoltos nas telas de TV e computadores, afinal, não adianta negar: ver seus personagens favoritos comemorando o Natal “junto com a gente” dá uma sensação ainda maior de proximidade com a trama. E esse especial de Sense8 é exatamente sobre isso, sobre se conectar, sobre proximidade e sobre sensações.

Na verdade, o episódio natalino de Sense8 tem mais cara de “aguenta mais um pouquinho que estamos voltando” do que de fato “voltamos”. Sim, apesar de a Netflix ter disponibilizado um especial de duas horas da série, os 120 minutos pouco contribuem para a narrativa, mas definitivamente acalenta os saudosos fãs que aguardam há um ano e meio o retorno da série.

O especial retoma com os personagens imediatamente após os eventos transcorridos na season finale: (1) Will (Brian J. Smith) e Riley (Tuppence Middleton) escondendo-se de Sussurros, (2) Sun (Doona Bae) permanecendo na solitária e lidando com as armações de seu irmão, (3) Nomi (Jamie Clayton) e Amanita (Freema Agyeman) fugindo de agentes do governo, (4) Kala (Tina Desai) com seu conflito interno entre a angústia pelo casamento com Rajan e seu amor por Wolfgang (Max Riemelt) que continua sua procura por seu lugar no mundo, (5) Capheus lida com o que restou de sua Van Damme (apesar de que o grande desafio do personagem está em apresentar o novo ator que interpreta o papel e o episódio brinca muito bem com isso) e, por fim, (6) Lito (Miguel Àngel Silvestre) e Hernando (Alfonso Herrera) tendo que lidar com a revelação de sua homossexualidade e as consequências profissionais decorrentes dos fatos, como a rejeição da sociedade e possíveis consequências familiares.

Sense8 é na verdade uma obra que reflete um grito pela quebra de paradigmas sociais e esse clamor pela aceitação das diferenças está escancarado na trama desde o início da série. Oito pessoas de países, etnias, costumes, culturas e orientações sexuais diferentes se conectam de uma maneira singular e a única forma de fazer com que isso dê certo é quebrando essas diferenças e aceitando todas as nuances que os fazem diferentes e, ao mesmo tempo, iguais.

“Arte é o amor tornado público.” – diz Hernando pra um dos seus alunos que tenta expor a relação dele com Lito de forma constrangedora. E por falar em arte e amor, todo mundo já esperava o episódio especial trouxesse aquela boa “suruba”, mas não, a cena apresenta o extremo oposto, construindo uma relação nada vulgar. Lana Wachowski conseguiu transformar o que seria considerado explícito e chocante em algo artístico e belo, mesmo sem perder a sensualidade, elaborando algo talvez antes nunca visto, do jeito que a Netflix gosta.

Sense8 cresceu. O especial de natal tem cenas bem alinhadas, boa fotografia e um desenvolvimento cativante. Quando os Sensates estão em conjunto, a série dá um show de sincronia e direção, mostrando que as Wachowskis já tem sim a série muito bem amarrada. Já os críticos que acharam o enredo maçante, talvez percebam através deste episódio que a lentidão vista na temporada de estreia talvez fosse necessária para que os acontecimentos futuros fossem bem estabelecidos (como parecem estar).

Enfim, mais que aprovado, esse especial de Sense8 com certeza já figura na lista de Especiais de Natal para se assistir com a família, ou não.

A Série

Sense8 conta a história de um grupo de oito pessoas que podem se conectar mentalmente e, em alguns casos, presencialmente, sendo caçados por indivíduos que encaram essas habilidades como ameaças à sociedade. A primeira temporada da produção estreou no Brasil em junho de 2015 através do serviço de streaming Netflix. Apesar de ter feito um enorme sucesso, figurando constantemente entre os Trendind topics do Twitter, a segunda temporada de Sense 8 teve sua estreia prevista apenas para maio de 2017. Um dos motivos alegados para o atraso foi a troca do ator Aml Ameen, que fazia o personagem Capheus, pelo ator Toby Onwumere, o que implicou na regravação de inúmeras cenas. Outro motivo que parece estar por trás da demora é o fato de que boa parte da coordenação do projeto (roteiro, direção, montagem e pós-produção) é centralizada em apenas uma pessoa: Lana Wachowski.

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