NARCOS – ascensão e queda de Pablo Escobar

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Quem conhecia a história de Pablo Escobar antes de assistir Narcos já devia se perguntar desde o início quanto tempo a série duraria, afinal, cedo ou tarde chegaria a hora da morte do traficante. A primeira temporada foi rápida, objetiva e assertiva em conseguir tratar em 10 episódios o envolvimento de Pablo no tráfico, sua candidatura política, sua prisão e por fim a famosa fuga de La Catedral.

Pois bem, para segunda temporada a Netflix não mediu esforços ao jogar em nossa cara, antecipadamente, que não há spoiler maior que a própria história. Pablo morreu na real e a hora dele também chegaria na produção ainda nessa segunda temporada. Sendo assim, o grande desafio de Narcos passa a ser prender a atenção de um espectador que já sabe o “final” da história, lidando com a ansiedade e angústia que conduz até a fatídica hora da morte.

Em entrevista ao The Hollywood Reporter, o produtor Eric Newman disse: “Nós amamos Pablo. Não amamos o homem, mas amamos o nosso personagem, que construímos e que Wagner [Moura] interpretou tão bem. Queremos que as pessoas fiquem de luto conosco, porque é difícil dizer adeus para Pablo”. Bem, missão cumprida Newman!

A segunda temporada aborda os últimos 18 meses da vida de Pablo Escobar sem nenhuma enrolação. Após sair de cena em La Catedral, o traficante ainda tem todo seu imenso poder e glória, entretanto também mantém seus vários inimigos. Foram um ano e meio de perseguição policial e pelos sanguinários Los Pepes, grupo formado pela rainha do tráfico Judy Moncada, o Cartel de Cali e os guerrilheiros anticomunistas Los Castaños.

Dentro desse cenário de verdadeira guerra em que se encontrava a Colômbia, quem mais pagava era o próprio povo. A relação do povo colombiano com Pablo Escobar, especialmente o de Medellín, era de intenso amor e ódio. Por vezes, o traficante mais poderoso do mundo se demonstrava um grande defensor dos pobres e oprimidos, ajudando a população até mesmo com a construção de um bairro inteiro. Além disso, Pablo foi um verdadeiro homem de família, que amava sua esposa e filhos mais que qualquer coisa no mundo. Essa dualidade, bem parecida com o que experimentamos em Breaking Bad, por exemplo, flerta constantemente com a ideia de que ninguém é 100% mau. Em contrapartida, as abordagens maquiavélicas feitas para os personagens Javier Peña, Agente Murphy e Coronel Carrillo, durante a incessante cassada a Pablo, também mostram que ninguém é 100% bom. Mas, as imagens reais exibidas ao longo da série, demonstram as assustadores consequências da guerra vivida na Colômbia nos dias de Pablo Escobar. O traficante era o causador de tantas mortes ao ponto de declarar coisas do tipo “as vezes, eu sou Deus. Se disser que um homem deve morrer, ele morre no mesmo dia.”

Ao longo dos 10 episódios intensos dessa segunda etapa da produção, é possível notar a transição de emoções nas feições do personagem Escobar através da fabulosa atuação de Wagner Moura. Pablo sai da prisão imponente, com o rosto erguido e com toda sua autoridade, mas aos poucos começa a falar mais baixo, com a voz mais embargada e um tom mais pensativo.

A produção de Narcos é espetacular. A série dá um show de fotografia, trilha sonora, cenografia e atuação. Suas cenas de ação não deixam a desejar em momento algum nem mesmo para grandes produções orçamentos recheados. A forma como as imagens reais são utilizadas na série também é outro fator que merece destaque. Elas são tão bem inseridas que chegam a confundir o público, resultando em uma experiência de completa imersão na história. Outro fator que também colabora nisso é a espetacular caracterização dos atores, tão parecidos com seus personagens.

Impossível não frisar a brilhante atuação de Wagner Moura em Narcos. O ator cresceu ainda mais no personagem nessa temporada e traz toda veracidade que o papel exigia. Seja nos momentos de austeridade ou de comoção, Moura faz com que conheçamos dos aspectos mais psicóticos aos mais sensíveis do Rei da Cocaina. Pedro Pascal também brilha no papel do agente Javier Peña, tornando-se o elemento essencial da produção em seu gancho para a terceira temporada. Sim, haverá terceira temporada.

A ideia de tratar a história de Pablo em apenas 20 episódios é fantástica e demonstra respeito com a série e com o público, não empurrando com a barriga elementos inevitáveis ou alongando a narrativa ao ponto de tornar o enredo maçante, pelo contrário, a dinâmica com a qual os fatos são apresentados cativa o público do início ao fim. A maioria das pessoas que conhecemos, por exemplo, finalizou a segunda temporada em dois ou três dias, maratonando no mínimo três episódios a cada vez que assistiam.

Vale lembrar que a intenção de Narcos é abordar a luta do DEA contra o narcotráfico colombiano que, em seu auge, provia 90% da cocaína consumida em todo o mundo. Sendo assim, com a morte de Pablo a produção confirma sua independência da história de Escobar e promete novos ares para as temporadas seguintes. Sim, haverá temporadas seguintes.

A Netflix confirmou nesta terça (6) que Narcos terá terceira e quarta temporadas e, se não há spoiler maior que a própria História, a continuação deve abordar o domínio do cartel de Cali no império do tráfico da Colômbia. Por enquanto não há nada confirmado, mas sem dúvida teremos mais algum tempo para maratonar a vontade as duas temporadas dessa série sensacional.

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