Esquadrão Suicida: apenas uma obra prima de marketing

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Cheio de altos e baixos, Esquadrão Suicida (Suicide Squad) deveria ter parado em seu fantástico planejamento de marketing. Seja com trailers bem bolados ou com projeções gigantescas em prédios da avenida paulista, claramente a equipe criou uma expectativa que não conseguiu suprir. Com algumas ressalvas, o filme decepciona e faz jus às críticas negativas que vem recebendo.

Péssimo roteiro, direção confusa, fotografia escura demais e atuações medianas (com algumas exceções). É difícil definir apenas um ponto que tenha sido o calcanhar de aquiles do filme, mas sem dúvida um dos principais fatores que influenciaram o resultado foi a pressão da Warner. Depois das avaliações negativas de Batman vs Superman, o estúdio teria ficado receoso com a recepção de Esquadrão Suicida. Além disso, o esmagador sucesso de Deadpool teria sido outro ponto relevante para que fossem realizadas regravações das cenas do novo filme da DC, incluindo mais humor à trama e mudando o tom “sombrio” que o diretor David Ayer tinha pensado inicialmente para algo mais “pop”.

Problemas de continuidade, enredo e direção

A história do filme tinha tudo para gerar uma produção com um enredo espetacular. Afinal de contas, alguns dos maiores vilões da DC seriam reunidos para, sob coação, executarem uma missão suicida contra um inimigo poderosíssimo que tentaria dominar o mundo. Sério, o quão fantástico é isso? Mas a equipe conseguiu estragar. Com uma apresentação corrida e superficial dos integrantes do time (alguns sequer foram apresentados) e vilões que pareciam ter sido copiados/plagiados dos vingadores (em alguns momentos a sensação era de estar assistindo Thor), o filme apresenta uma trama digna de sessão da tarde. As motivações, as paixões e até mesmo a maldade (dos VILÕES) são tratadas como aspectos secundários, deixando o longa com cara de filme infantil. Apesar de serem membros da “escória” da humanidade, os personagens tinham que, a cada cinco minutos, falar que eram vilões, pois suas atitudes pareciam mais com a de coelhinhos irritados. Sem dúvida alguma Bruce Wayne de Batman vs Superman faria até mesmo o pior dos “bad boys” do esquadrão tremer de medo.

Destaque para as atuações de Viola, Margot e… Will

Embora o filme não tenha chegado aos pés da expectativa criada em torno dele, a obra não é absolutamente descartável. A inicialmente subestimada atuação de Margot Robbie, cuja imagem parece ter sido criada para ser apenas o sex symbol da produção, foi um dos grandes destaques do filme como Arlequina. Os closes exagerados nas roupas mínimas não conseguiram apagar a caracterização excelente da personagem que, embora pudesse ter sido mais bem trabalhada no roteiro, conseguiu transpassar naturalidade as posturas insanas da palhacinha do crime. Apesar de algumas das piadas terem realmente ficado meio forçadas, a atriz conseguiu imprimir a loucura da personagem como algo intrínseco à sua personalidade, além de ter deixado claro a consciência e satisfação da criminosa com seu estado psíquico.
Outro destaque claro do filme foi a fantástica atuação de Viola Davis. Para quem acompanha How To Get Away With a Murder isso não é nenhuma surpresa, mas a atriz detonou no papel de Amanda Waller e conseguiu passar toda a força e ímpeto que a personagem exigia, comandando em alto nível o esquadrão de lunáticos montado por ela mesma.
Will Smith parece ter sido uma das principais vítimas do roteiro. Apesar da boa atuação (que não é muito diferente de todos os outros filmes de ação que fez) como Pistoleiro , encarnou um personagem que tinha tudo para ser complexo, mas que claramente teve sua personalidade adaptada para fazer piadinhas colegiais com seu novo colega, Rick Flag (Joel Kinnaman).

Participação do coringa

Poderíamos pular esse ponto. Foram tão poucas aparições e tão rápidas que mais pareceu que Jared Leto foi convidado para uma participação especial. Além de não fazer parte do Esquadrão, praticamente todas as suas aparições do Coringa eram nos flashbacks de Arlequina. Além disso, o coringa de Jared mais parece um “gangster” mimado. As falas do palhaço e até mesmo sua caracterização sempre soavam forçadas e deixou a sensação que o coringa quer mesmo parecer louco, mas não passa de um cara querendo meter medo nos outros. Apesar de a comparação ser injusta, não tem como não constatar o abismo existente entre a caracterização de Jared e a de Heath Ledger, em sua fantástica loucura e sadismo The Dark Knight.

Bilheteria

Apesar das pesadas críticas ao filme, Esquadrão Suicida teve a maior estreia do ano aqui no Brasil. O longa foi lançado em 1.405 salas, sendo 912 em 3D. De acordo com o Box Office Mojo, o filme levou cerca de três milhões de brasileiros ao cinema em sua estreia. Na Rússia, a produção teve uma audiência de quase quatro milhões de espectadores, a maior de toda a história por lá.

Conclusão

O filme não é ruim por completo, mas decepciona. A atuação de alguns personagens vale a saída de casa, mas sem dúvida não chega aos pés da produção que era esperada. Quem sabe agora a DC resolva de uma vez qual será sua linguagem no cinema e assuma postura, sem deixar que o sucesso de produções “concorrentes” dite como as coisas devem ser por lá.

E você, já viu o filme? Se sim, deixe aqui nos comentários sua avaliação 🙂

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