Artigo |Game Of Thrones: “Chacina em Westeros”

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Neste domingo (26) foi ao ar o mais longo season-finale de Game Of Thrones, série de TV norte americana baseada na obra Crônicas de Gelo e Fogo de George Martin. Winds of Winter teve 69 minutos de duração e contou com a direção de Miguel Sapochnik (mesmo diretor de “Battle of the Bastards”, nono episódio da temporada) e trilha sonora de Ramin Djawadi (Prison Break e Iron Man).
A cada temporada a série tem conquistado cada vez mais fãs e aumentado sua fama no mundo e em seu sexto ano não foi diferente. Apesar dos rumores de que a série poderia “desandar” por ter ultrapassado os livros, David Benioff e D. B. Weiss se superaram e entregaram uma temporada ainda mais rica e bem produzida que as anteriores. Apesar do enorme número de núcleos para dar conta, a série costurou com maestria os diversos enredos integrantes da narrativa e fechou a sexta temporada com chave de ouro.
[Atenção: o texto a seguir contém spoilers da sexta temporada]
De chacina a suicídio, teve de tudo no episódio do último domingo. Simplesmente não dá pra começar uma análise de Winds of Winter sem ressaltar as F-A-N-T-Á-S-T-I-C-A-S direção de arte e sonoplastia dos primeiros 30 minutos de episódio. Desde os tons utilizados nos figurinos até a atuação estonteante dos atores envolvidos, a ambientação do maior homicídio da série gerou vários minutos de angústia e ansiedade até mesmo para os corações mais bem preparados. Muitas vezes sem falar sequer uma palavra, Natalie Dormer (Margaery Tyrell) e Jonathan Pryce (Alto Pardal) conseguem passar perfeitamente todas as emoções envolvidas nas cenas com apenas algumas trocas de olhares. Ainda sobre a explosão do Grande Septo de Baelor, impossível não pontuar a ironia do roteiro: Cersei Lannister, irmã e amante do regicida Jaime Lannister, terminou por executar o plano pelo qual seu irmão assassinou Aerys II “The Mad King”. Com uma “tonelada” de fogovivo, queimou praticamente todos seus inimigos na ilha e finalmente tomou seu lugar ao trono de ferro. Ainda falando em ironia, interessante notar também que, em busca de fugir de seu destino no julgamento da Fé Militante, Cersei também mexeu a última peça do tabuleiro para que a profecia de Maggy, a Rã, se cumprisse: a morte de todos os seus filhos. Segundo a profecia, eles alcançariam a coroa, mas morreriam antes da mãe. Após contemplar o assassinato de seu líder religioso, esposa e irmãos na fé, o Rei Tommen silenciosamente retira sua coroa e salta pela janela, em uma cena fortíssima que dá uma verdadeira aula sobre o uso do “silêncio” na narrativa.
É claro que nem tudo se passa apenas em Westeros. Do outro lado do “mundo”, na recém-batizada “Baia Dos Dragões”, Daenerys aparece finalizando os últimos preparativos para sua partida em busca do trono do ferro. Dentre os fechos desse núcleo, vale o destaque para o diálogo emocionado entre a mãe dos dragões e Tyrion Lannister, que o é nomeado mão-da-rainha. A remanescente Targaryen também se despede de Daario Naharis, líder dos Segundos Filhos, que fora designado pela mesma para coordenar a paz em Meereen. No final do núcleo, pode-se ver o que aguarda Cersei: uma multidão de navios e três dragões rumam em direção a Kings Landing.
Mais ao norte, vemos Jon Snow, agora como protetor do Norte, acertando os ponteiros com sua meia irmã, Sansa Stark, Sobre as pontas soltas da batalha por Winterfell. O bastardo de Ned Stark lembra a irmã que, diante da infinidade de inimigos que os cercam, é necessário que ambos confiem um no outro. Entretanto, em uma cena seguinte, Sansa é tentada por lorde Baelish a abandonar o irmão, reivindicar sua senhoria sobre Winterfell e reinar ao lado do mindinho no trono de ferro. Apesar da recusa imediata, na cena final do núcleo, em que John é aclamado Rei do Norte por seus aliados, uma troca de olhares entre os dois sugere que talvez a proposta do Lorde tenha tentado a jovem Stark.
Por falar em Starks, com uma rápida porém forte aparição, Arya Stark retorna a Westeros para riscar mais um nome de sua lista. Na tão esperada cena da vingança pelo casamento vermelho, Arya é categórica: a última imagem que Walder Frey verá será o sorriso de um Stark contemplando sua morte. O momento é importante para série, pois enfatiza a personalidade amadurecida de Arya e sua intensão em cumprir sua promessa de eliminar todos os nomes de sua lista.
Parte do episódio final da temporada também foi dedicada a situar os expectadores quanto ao destino de Sam. O prodígio chega a cidadela para iniciar seu treinamento como Meistre e contempla uma biblioteca que dá uma vaga noção da dificuldade e responsabilidade que o espera. Vale notar que a produção escondeu um easter ego na cena: os mecanismos pendurados no teto do local são semelhantes ao artefato exibido na introdução da série, onde alguns anéis com imagens circundam uma esfera central.
Por fim, mas não menos importante, Bran também aparece no décimo episódio. Em  mais uma de suas participações sucintas, o jovem Stark parece dar a deixa para a principal revelação da sexta temporada: a origem de Jon Snow. Há muito discutida pelos fãs na internet e tendo como base fatos apoiados nos livros, uma teoria postulava que Jon seria na verdade filho de Lyanna com Rhaegar Targaryen, sendo assim sobrinho de Ned Stark, sobrinho de Daenerys e, obviamente, principal herdeiro do trono. Na cena, o jovem Corvo de Três Olhos retorna novamente à visão do passado onde seu pai, Ned Stark, encontra a irmã na famosa “cama vermelha”. Ainda que em um diálogo inaudível, a cena mostra Lyanna pedindo um favor ao irmão e ao final é possível ouvir apenas “…Robert não pode saber ou o matará”. Todas as peças estão lá, mas ainda não estariam encaixadas se não fosse o fechamento da cena com um close no rosto da criança e a imediata abertura da cena seguinte com um close direto no rosto de Jon Snow. Que rufem os tambores… A teoria R+L= J está comprovada.
Audiência – “The Winds of Winter” bateu recorde de audiência: foi assistido por 8,9 milhões de pessoas nos EUA e se tornou o mais visto da história da série, segundo o Hollywood Reporter. Este ano, tamanha audiência ficou atrás apenas do season-finale de The Walking Dead, que bateu a marca de 14 milhões de expectadores.
Conclusão – Com uma temporada bastante reveladora e agitada, a série caminha para seu fim sem perder o glamour que a fez ser a produção mais famosa da atualidade. O episódio final mostra que os produtores já estão fechando alguns arcos e encaminhando a narrativa para o grand finale, afinal, “o inverno chegou”. Com os exércitos “a postos” e os mistérios sendo desvendados, o jogo esta prestes a apontar o vencedor da disputa pelo Trono de Ferro. Permanece a grande expectativa dos próximos eventos dos sete reinos e da grande guerra que virá a seguir. Que venham os próximos episódios, pois o jogo ainda não acabou.
Game Of Thrones está renovada para a 7° temporada e as negociações para gravação da 8° temporada já estão em andamento. É provavel, inclusive, que o oitavo ano seja o último da série, com uma quantidade de episódios menor que o habitual.

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