MOGLI – O MENINO LOBO: BELOS ADORNOS SOBRE UM COFRE VAZIO

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Baseado na série literária de Rudyard Kipling, Mogli – O Menino Lobo (The Jungle Book) é um live-action da clássica história do final do século XIX. Seguindo com os planos de fazer remakes de clássicos infantis, os estúdios Disney lançam mais uma consagrada produção que parece ter o objetivo de alcançar dois grandes públicos: os adultos nostálgicos e as crianças dessa geração.

A história é a mesma conhecida há mais de um século, onde um jovem órfão chamado Mogli (Neel Sethi) é criado por lobos em plena selva indiana, contando apenas com a instrução de sua “mãe-loba”, um urso e uma pantera negra, o garoto luta para ser aceito no mundo animal e aprender a sobreviver na dura realidade da floresta.

Com uma produção técnica fantástica, Mogli – O Menino Lobo chama atenção pela elaboração das cenas, sequencias de perseguição bem planejadas e executadas e a própria construção dos animais e ambiente, feitos completamente em CGI, mostrando o altíssimo nível da gigante do mundo infantil. O famoso urso Baloo, por exemplo, tem 4,5 metros de altura e é tão pesado e com tanto pelo que a edição levou quase cinco horas por quadro para renderizar suas imagens. Em vários momentos da produção quase não é possível perceber a pesada computação gráfica que reproduz os animais e a natureza com tanta fidelidade.

Outro ponto forte do filme é a “dublagem”. As vozes originais de Idris Elba, Scarlett Johansson, Lupita Nyong’o, Ben Kingsley, Bill Murray, Christopher Walken e Giancarlo Esposito parecem terem sido feitas exatamente para os personagens. Tanto o timbre quanto a entonação de cada voz faz com que quem assista “acredite” na voz do personagem, tornando a experiência ainda mais imersiva.
Entretanto, nem tudo são flores. Com um enredo fraco e simplório, por alguns momentos a sensação é que não há uma ordem estabelecida no desenrolar dos fatos, como se simplesmente não houvesse um objetivo pelo qual a história está sendo contada. Lá pelo meio do filme, após muitos minutos de cenas aleatórias, somos finalmente introduzidos a alguns flashbacks que explicam a origem do garoto e cenas que estabelecem um vilão e um objetivo para o filme. Tudo assim, bem sem sal.

Bastante jovem e com pouca (quase nenhuma) experiência cinematográfica, também se esperava mais da atuação de Neel. Único ator real no filme, Sethi abusa de expressões faciais forçadas e diálogos mal construídos, o que acaba dando ao protagonista uma personalidade fraca e mal trabalhada, ao contrário da personalidade de Baloo, bem mais cativante e divertida.

Em conclusão, Mogli é um filme mediano. É uma produção que encanta por sua execução técnica esplendorosa, mas que peca ao ter um roteiro enfadonho e simplório. No final das contas, vale o ingresso do cinema? Provavelmente não. Vale comprar o DVD para ver em casa no domingo a tarde? Sim, com certeza.

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