Roma e a Extraordinária Beleza do Comum

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Roma é o mais novo longa dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón e lançado pela Netflix. Recebeu o Leão de Ouro no Festival Internacional de Cinema em Veneza, em agosto de 2018. E traz uma experiência arrebatadora para seus espectadores.

Alfonso Cuarón a muito se provou um diretor incrível, são deles longas como Filhos da Esperança, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (tido por muitos, como o melhor filme da saga Harry Potter) e Gravidade, filme este que lhe rendeu um Oscar de melhor diretor em 2013. Porém, em 2018 Cuarón lança seu filme mais pessoal e mais real. E cria assim a sua obra prima até o momento.

Roma não traz mega batalhas ou grandes efeitos especiais. Pelo contrário, Roma traz a beleza do comum. O filme conta a história de Cleo (Yalitza Aparicio) uma empregada doméstica que trabalha na casa de uma família de classe média-alta da Cidade do México nos anos 70. Vale aqui dizer que todo o roteiro de Roma foi baseado em lembranças da infância do diretor e de entrevista com a “Cleo” que na vida real chama-se Libo e que realmente cuidou de Cuarón e seus irmãos nos anos 70. Por isso esse filme é tão pessoal e realizado com tanto cuidado e maestria

Tecnicamente, o filme traz escolhas que o deixa esteticamente lindo. Cuarón optou por filma-lo todo em 60mm e em preto e branco digital. O que deixa as formas ainda mais nítidas mesmo sem cores. Cada cena, cada frame desse filme poderia facilmente ser uma fotografia em exposições. A câmera de Roma não está preocupada em correr freneticamente, ela passeia lentamente pelos cenários e personagens. Mostrando assim a beleza em coisas comuns, como um lavar pisos ou acordar crianças.

Sobre trilha sonora não há o que se falar, por que o filme não tem uma música sequer como trilha. Tudo é feito para que pareça que você realmente está vivendo o dia a dia daqueles personagens e por isso esse filme nos traz tantas emoções algumas lindas e calorosas outras tristes e inquietantes.

Cleo é uma descendente de indígenas que trabalha em uma casa com um casal, 4 filhos e uma avó. Porém, o relacionamento dos pais dessa família está desmoronando. Enquanto Cleo precisa aquentar uma barra pela qual muitas mulheres, infelizmente, ainda passam em nossos tempos. Aqui vale salientar que todas as atuações estão sublimes com destaque para Yalitza Aparicio que não é uma atriz profissional (este é seu primeiro filme) e que sequer fez aulas de atuação. Mas é a escolha perfeita.

Esse filme mostra o quanto mulheres fortes moldaram a vida de muitas pessoas inclusive a de Cuarón. Temos Cleo nossa protagonista e Sofia (Marina de Tavira) a patroa de Cleo e esposa que está perdendo seu lar. Ambas unidas pela dor causada por homens, vão mostrar a força que se é preciso ter para continuar.

O mais incrível de Roma é que muito provavelmente você que está lendo esse texto irá perceber que na sua vida também houveram “Cleos”. Cuarón traz aos nossos olhos um filme que realmente é uma aula de técnica cinematográfica, com seus travellings, planos sequências e enquadramentos perfeitos. Mas, acima de tudo, ele nos presenteia com um filme que conta uma história do dia a dia e nos faz pensar que o extraordinário é feito por vários ‘comuns’.

Roma é o filme da Netflix em 2018, embora para alguns seja um filme lento e sem nenhuma grande reviravolta ou surpresa genial. Se você admirá-lo como uma ode a vivencia diária, você terá uma sensação única.

Texto enviado por Alisson Tomaz

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