Crítica | O Favorito

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Não é novidade que o cinema consiga transformar histórias com potencial, em filmes prestigiados, acumulando um bom elenco com uma dedicada direção para criar algo maior e mais profundo que a premissa inicial em si. E ‘O Favorito’ (The Front Runner) sofre dessa síndrome, o debate proposto é mais interessante e essencial que a forma como ele é retratado em tela, já que o roteiro gasta mais tempo mostrando o que levou ao acontecimento principal do que as consequências do fato.

A trama do thriller político, dirigida pelo talentoso Jason Reitman (de ‘Juno’ e ‘Tully’), mostra um recorte da história quando Gary Hart (Hugh Jackman), carismático político do Colorado, se torna o grande candidato do partido Democrata para a disputa nas eleições presidenciais de 1988, até que, um enorme escândalo envolvendo sua vida pessoal afeta sua candidatura e sua imagem perante a mídia e os seus eleitores, provocando um importante debate sobre até onde alguém pode ter sua imagem pública destruída através dos jornais e (nos dias de hoje!), pela internet e suas múltiplas redes sociais.

Com um diretor confortável na realização do projeto, a direção faz o máximo possível com o que pode do roteiro para ousar com planos sequência extravagantes, como a cena de abertura, ponto alto do filme ao lado da atuação de Hugh Jackman (e sua peruca horrível!), carismático como de costume, entrega um personagem contido e divertido, porém, marcado pelo lado emocional. Um bom equilíbrio dado a um homem que tanto foi admirado pelo público durante seu período como candidato. Além disso, Vera Farmiga também encanta no pouco tempo em tela que possui, nada fantástico como poderia ser, mas que cumpre a função de esposa forte que precisa lidar com os erros cometidos pelo marido.

Ao meu ver, o filme começa enérgico e perde a força devido à grande quantidade de personagens secundários e o excesso de falação desnecessária, que funciona muito mais como expositiva do que move a trama para frente, deixando a sensação que o longa não anda e, quando caminha, não sabe para qual lado seguir, ficando em cima do muro entre exaltar o bom caráter de Gary Hart e “justificar” seus atos falhos, um visível medo do roteiro de contribuir ainda mais para a destruição de sua reputação, tentando, sem sucesso, ser imparcial.

No entanto, mesmo com um ritmo lento, o longa até diverte, com algumas boas piadas isoladas, sendo provocativo e apresentando uma reflexão sobre como pequenos erros podem mudar uma vida (e um país) para sempre. Fora a manipulação da mídia e as famosas fake news, tão atuais em nosso contexto. Fatores que não permitem que o filme seja tão genérico quanto os demais do gênero, mesmo que caia em diversas convenções e clichês típicos desse tipo de narrativa. Elogios também para a direção de arte e cenografia, que recriam ótimos cenários jornalísticos típicos da época.

No fim das contas, ‘O Favorito’ soma mais acertos do que erros. Mesmo sendo um dos trabalhos mais fracos da carreira de Jason Reitman, há um bom humor ácido típico de suas obras, algo que se tivesse sido melhor explorado definitivamente teria grande saldo positivo. Entediante em alguns momentos, interessante em outros, puro entretenimento sem se aprofundar.

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