Crítica | Podres de Ricos

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Definitivamente, a comédia romântica é o gênero que mais está se modificando de uns tempos para cá, visando se encaixar aos novos conceitos e públicos dessa geração cinematográfica. Não é à toa que filmes do tipo estão quase escassos e os que se arriscam precisam apresentar alguma novidade para se sobressair aos demais, já que montar um roteiro na base do clichê não está funcionando como antes. E eis então que nasce ‘Podre de Ricos’ (Crazy Rich Asians), uma agradável surpresa para fundamentar de vez esse novo tipo de cinema romântico moderno, com um pezinho no épico.

A trama é bem novela (que inclusive faz piada com isso!) e gira em torno de Rachel Chu (Constance Wu), uma professora de economia nos EUA que namora o galã Nick Young (Henry Golding) há algum tempo. Quando Nick convida Rachel para ir no casamento do melhor amigo, em Singapura, ele esquece de avisar à namorada que, como herdeiro de uma fortuna, ele é um dos solteiros mais cobiçados do lugar, colocando Rachel na mira de outras candidatas e da mãe de Nick, que desaprova o namoro e fará o possível para afastá-los.

Mas não se engane, mesmo com uma trama comum para o gênero, afinal, casais com situações financeiras diferentes não é novidade para ninguém, o longa se afasta ao máximo de tentar se encaixar em um padrão e abraça o caminho mais estiloso e diferente, nos mostrando o mundo asiático pelos olhos ocidentais, porém, não deixando de ser honesto com os costumes e tradições, diferentes de outros filmes que exploram novas culturas e apresentam aquele mundo como se fosse apenas um prato típico que podemos provar mas que nunca vamos gostar. Fora, é claro, a magnifica escolha de um elenco inteiramente asiático que nos situa, de fato, dentro daquela nova narrativa.

O ritmo do longa flui natural, levando a trama para frente e nos fazendo mergulhar gradativamente dentro de uma nova cultura. Assim como a direção de Jon M. Chu, que apesar de já ter mostrado seu talento antes em filmes como ‘Truque de Mestre 2’, aqui ele sabe a importância do trabalho que tem em mãos e apresenta uma direção brilhante, sutil quando precisa ser, mas ousada em diversos planos extravagantes e que exploram bem os belos cenários. Outro destaque fica por conta da direção de arte, os figurinos do filme não são apenas jogados em tela pelo glamour, mas sim suas cores representam diferentes significados, tanto para o humor dos personagens, quanto para suas intenções na trama, escolhidos a dedo para cada cena.

Constance Wu vive uma protagonista gentil, quase uma princesa da Disney, mas o que surpreende é seu ótimo time cômico e a emoção que passa em cenas mais complexas. O roteiro deixa claro que ela não é apenas uma menina tentando se aproveitar, mas sim uma mulher inteligente, forte e com muita determinação. Aliás, todos os personagens possuem diversas camadas, trabalhadas com maestria ao longo da trama. Destaque para a narrativa da Astrid Leong-Teo (Gemma Chan), talvez a que mais cresce e encontra seu desfecho ideal e emponderado. Henry Golding empresta seu charme para o protagonista masculino, sem grandes momentos, cumpre bem a função e esbanja química ao lado de Wu, já Goh Peik Lin rouba a cena com as melhores piadas do roteiro e diverte, mesmo de forma exagerada, sendo o melhor alívio cômico ao lado do hilário Nico Santos.

Aliás, por falar em diversão, o roteiro tem a difícil tarefa de fazer rir e ainda servir como representatividade sem faltar o respeito, algo que faz com tamanha eficácia nunca antes vista em um filme do gênero. O termo “asiáticos loucos”, na verdade, não passa da visão americanizada da cultura oriental e o longa utiliza a crítica social como plano de fundo do começo ao fim, prestando mais uma homenagem do que mostrando as diferenças sociais entre os países, o equilíbrio perfeito e essencial para fazer desse um dos filmes mais significativos e didáticos do ano.

Das festas luxuosas, passando pelos cenários mais incríveis até as canções e comidas típicas, ‘Podres de Ricos’ é um espetáculo prazeroso, uma comédia divertida e épica que presta uma bonita homenagem ao oriente sem deixar a desejar na representatividade, mostrando que um elenco minoritário tem a força necessária para estrelar a melhor comédia do ano sem ter que provar nada para ninguém.

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