Crítica | Legalize Já: Amizade Nunca Morre

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O cinema nacional vem passando por uma ótima safra de filmes inteligentes, que estão conquistando prêmios mundo a fora, além de ressaltar a cultura do nosso país, e o longa ‘Legalize Já: Amizade Nunca Morre’ se encaixa nesse bom ano de lançamentos diferenciados. Da dupla de diretores Gustavo Bonafé e Johnny Araújo, é estiloso e consegue transformar muito bem uma história tipicamente brasileira em um filme que deve atingir todos os públicos.

A trama é bem simples, mostra como os artistas Skunk e Marcelo, que futuramente viria a se tornar o Marcelo D2, se conheceram por acaso e juntos começaram a cantar rap sobre a vida difícil que estavam vivendo e a opressão que passavam nas ruas. Com letras carregadas de discursos pontuais sobre política, legalização da maconha e violência policial, logo se tornaram um enorme sucesso, o que levou ao surgimento da banda Planet Hemp.

Inicialmente, a trama pode parecer de nicho, que dificilmente interessaria o público geral, no entanto, a ótima direção e o texto do filme conseguem aproximar aquelas situações da nossa realidade, ou pelo menos da nossa empatia, já que o roteiro não trata os protagonistas como “pobres coitados”, mas sim como artistas em ascendência que sofrem por conta da falta de espaço cultural para o cenário rap do Rio de Janeiro da década de 1990. Além de acertar, de forma pertinente, ao tratar a negritude e os preconceitos sofridos pela classe média do país.

Outro grande acerto fica por conta da escolha dos protagonistas. Renato Góes e Ícaro Silva possuem uma ótima química juntos. Descontraídos, eles compram o papel e fazem com tanta dedicação que emociona e foge daquela atuação engessada de alguns filmes nacionais. A dupla sabe da importância que é desenvolver um personagem com tamanha carga dramática e apresentam, talvez, o trabalho de suas vidas. Assim como a bela fotografia quase em preto e branco, que optou por deixar alguns elementos em cores, dando um estilo peculiar e interessante de se ver. Notasse que a cor aparece mais quando surgem problemas na vida do protagonista ou quando algo fora do seu mundo acontece, como as cenas de música do É o Tchan! na TV, por exemplo.

Mesmo estiloso, o longa possui alguns problemas na narrativa, que se torna lenta demais em momentos menos importantes e acelerada da metade para o final, encerrando de forma corrida, deixando de lado peças importantes para a conclusão, semelhante ao que aconteceu com o recente ‘Bingo, O Rei das Manhãs’. Porém, o ritmo tem pontos altos, que resgatam nossa atenção de volta e o humor pontual diverte e arranca boas risadas. Aliás, o equilíbrio entre o drama e o humor é bem trabalhado e soa natural, até mesmo os tão clichês palavrões do cinema nacional flui natural e se encaixa na trama sem forçar a barra.

‘Legalize Já: Amizade Nunca Morre’ acaba sendo muito mais do que um filme pró-legalização da maconha. A inteligência do roteiro e da direção conseguem dar profundidade a causa e aos seus personagens carismáticos, fazendo críticas sociais certeiras e muito bem-vindas em época de eleição presidencial no país. Afinal, o assunto precisa ser lidado no Brasil e o longa certamente servirá de estopim para o debate.

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