“Fôlego” estreia no Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo

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O longa-metragem “Fôlego”, da Avoa Filmes, dirigido por Renato Sircilli (de “O Rosto da Mulher Endividada”) é um dos destaques do 13° Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. A estreia é no domingo, 29, no CineSesc com reapresentação na segunda-feira, 30, no Centro Cultural Banco do Brasil. O filme ganha espaço no Festival na seção Contemporâneos que reúne produções recentes assinadas por talentos do audiovisual da região.

Fôlego” começou a se esboçar em 2011, quando Sircilli convidou seu amigo Bruno Moreno para construir um filme que partiria de fatos da sua vida para serem reencenados em um set de filmagem. Diferente de um processo linear em que a dramaturgia é escrita e depois encenada, o filme inverte a lógica, documentando a vida de um jovem ator para, a partir desse material, escrever o roteiro da ficção. Inicialmente dividida em 4 partes: amor, família, trabalho e propriedade, Renato buscava flagrar histórias que Bruno tinha vivido nesses campos da vida nos quais ele tentava forjar algum tipo de catarse.

Com o material coletado em conversas, Renato o reescrevia em formato de um roteiro para que fosse refilmado mais tarde. Interessado em reencenar materiais de arquivo, o diretor também pedia a Bruno que ele filmasse alguns momentos específicos da sua vida, como os primeiros dez minutos do seu dia em sua casa ou os dez minutos antes de dormir, por exemplo. Renato também o seguia para gravar ensaios do grupo de teatro que Bruno participava e acabava também registrando discussões no camarim ou uma conversa de corredor pós apresentação.

Durante o processo de todos esses registros, a mãe de Bruno morreu. Cenas que estavam planejadas para acontecer com a presença dela tiveram que ser suspensas. Durante algum tempo, o filme contornou a morte para tentar escapar dela e seguir com o roteiro que estava planejado até então. Após a gravação do roteiro escrito, perceberam que a ficção já não dava mais conta e que seria inevitável o debruçamento sobre a morte.

A mãe de Bruno morreu sem deixar nenhum vestígio em vídeo. Então, todos os procedimentos que estava realizando junto a Renato para reencenar seus próprios materiais de arquivo, se tornaram uma tentativa de criar um documento em vídeo de um corpo que não se vê mais em movimento. O filme então se tornou a possibilidade de documentar um corpo que a morte fez desaparecer.

Agora, traçando paralelos entre as memórias de sua mãe e a ficção da história de Bruno, “Fôlego” escancara os procedimentos que o construíram. Conversas pelo whatsapp entre o diretor e o ator, áudios gravados, imagens gravadas pelo celular e vídeos da internet se fundem com uma narrativa fictícia para tentar dar conta da inevitabilidade do fim.

Fôlego” fica sem escapatória e precisa escancarar o seu próprio fazer. Assistimos através da tela de computador do diretor ao filme sendo construído. Ou a um filme que foi incapaz de ser feito de outra maneira. É através da fricção entre passado e presente, entre um corpo jovem e outro cheio de tatuagens em homenagem à sua mãe, que o filme se desenvolve. Acompanhamos a busca de Bruno e Renato por uma nova possibilidade de plenitude frente à morte e lidando com os outros fins que continuamente moldam a nossa existência.

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