Crítica | Dunkirk

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Desde que Christopher Nolan embalou sucessos comerciais como a trilogia Batman, A Origem e Interestelar, ele é visto por muitos como um gênio do cinema. Seja por suas peculiaridades que tornam seus filmes extremamente grandiosos ou simplesmente pela forma como conta história – mais de uma vez recorrendo a estruturas não-lineares, algo que acontece desde sua estreia nas telonas, com o filme Following, de 1998. Em Dunkirk, o cineasta parece reunir todos os seus elementos mais sobressalentes, apostando em um filme épico, com suas peculiares lições de moral e com a megalomania já de praxe.

A história do longa trata da famosa retirada de Dunquerque, em que as tropas alemãs cercam o terreno francês, encurralando as forças aliadas. Durante o filme, acompanhamos membros das forças britânicas e francesas presos nesse terreno hostil, esperando pela evacuação.

Logo de início, o filme se mostra muito consistente nas questões técnicas. Nolan sempre foi um grande conhecedor do cinema e sempre soube trabalhar bem com determinados tipos de filmagem, principalmente aquelas que acontecem uma escala menor, mais urbana. E em contraposição, também é um cineasta que trabalha bem as cenas de ação – apesar de sempre ser técnico e coreografado demais.

Felizmente, em Dunkirk isso não atrapalha e nem chega a ser visível. As cenas de batalha que acontecem são de encher os olhos e, principalmente, os ouvidos. A trilha sonora do filme, composta por Hans Zimmer (parceiro de Nolan em trabalhos anteriores), casa perfeitamente com aquilo visto em tela – ou pelo menos, com a proposta do cineasta daquilo que deve ser enxergado.

Conforme o ritmo do filme aumenta, a trilha de Zimmer também o acompanha e em alguns momentos, até mesmo impõe certo ritmo. Além disso, a sonoplastia do longa impressiona. A forma como tudo tem mais vida conforme o som conversa com a imagem torna tudo aquilo que acontece em tela mais verossímil e palatável.

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Outro ponto forte fica por conta das atuações. O estreante Fionn Whitehead não decepciona, mas não se destaca muito – o que é compreensível considerando as poucas falas e pouco espaço que tem em meio a um show visual. Por outro lado, tanto Tom Hardy – que vem de trabalhos anteriores com Nolan -, quanto Harry Stiles (ex-integrante da banda One Direction) fazem ótimos papéis. Hardy com aquele seu jeitão, sendo mais conciso e mais duro, mas sempre impressionante – ainda mais porque possui poucas falas e ainda assim se sobressai. Stiles também tem seus momentos de destaque e consegue destoar mais do que o próprio protagonista quando estão juntos em tela.

Apesar de tudo isso, falta emoção e empatia durante o filme. Christopher Nolan tem muito sucesso em apresentar razoável dramaticidade dentro de tela, principalmente na primeira hora do longa com alguns elementos típicos e visualmente marcantes da guerra. Mas no fim das contas, o show visual e sonoro ocupa o primeiro plano na mente do cineasta e ele acaba se esquecendo dos personagens e do verdadeiro drama da guerra: o inacessível e distante retorno para o lar.

Ao focar em entregar cenas de explosão épicas e tiroteios pacientes – e bastante realistas, diga-se de passagem -, Nolan deixa de canto o desenvolvimento daquelas figuras presas em uma guerra que não querem lutar e pior, não cria nenhum tipo de ligação com o espectador, ignorando completamente a fácil empatia que poderia ser criada. Os personagens aparecem, lutam, morrem, e no fim das contas, o espectador não sente nada.

A história do filme corrobora isso. Durante as duas horas de longa, a trama é contada da mesma maneira que o primeiro filme de Nolan em sua carreira, Following – além de muitos outros em que ele segue a mesma fórmula -, não seguindo uma linearidade, o que o permite desenvolver núcleos diferentes. Apesar da “novidade”, isso contribui para o distanciamento dos personagens em tela, cortando qualquer chance de empatia, além de tornar algumas cenas meras sidequests, sem real importância.

Além disso, há uma tentativa constante – e bastante evidente – por parte de Nolan de tentar tornar Dunkirk um filme maior do que realmente é. Isso é muito comum quando se observa os filmes do cineasta de outra perspectiva, principalmente naqueles em que sua trama é tratada como um núcleo de teorias por parte dos fãs, como Interestelar e A Origem.

Neste caso, acontece exatamente a mesma coisa. Christopher Nolan não se contenta em entregar um filme de guerra com qualidade, apostando em dramas pessoais e até mesmo coletivos – assim como era muito comum em filmes do mesmo gênero durante a década de 80. Em vez disso, ele aposta no grandioso e no megalomaníaco, tornando cada cena a mais épica possível – além de haver uma clara tentativa de deixar uma lição de moral repetitiva e até mesmo redundante acerca de como a guerra é ruim para a humanidade.

Dunkirk é, no fim das contas, mais um bom filme de Christopher Nolan, mas que perde o potencial de ser muito melhor. Cada vez mais, o cineasta se mostra como um bom entendedor de cinema e principalmente, um realizador de muita competência técnica e visual. Apesar disso, há certa megalomania na maneira como o diretor encara seus próprios filmes e sua maneira de contar histórias continua sendo apática e exacerbada. A constante necessidade de tornar seu produto algo épico faz com que Nolan perca de vista os elementos que realmente são inerentes em uma história de qualidade. Dunkirk é um ótimo filme nos quesitos técnicos, mas falta empatia com os personagens e mais pé no chão para ser um bom filme em todos os aspectos.

Nota: 6/10

Ficha técnica:

Direção: Christopher Nolan

Roteiro: Christopher Nolan

Data de lançamento no Brasil: 27 de julho de 2017

 

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