Crítica | Pantera Negra

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Já faz dez anos desde que a Marvel estreou nos cinemas com Homem de Ferro. A partir de então, uma série de filmes foi feita e conquistou praticamente o mundo inteiro. Depois de tantos anos, uma determinada fórmula ficou estabelecida dentro do universo de produções do estúdio, que consiste em filmes que devem atingir todos os tipos de público – o que limita o espaço para audácia por parte dos realizadores. Claro que há as exceções, e felizmente, Pantera Negra é uma delas.

Não é que a fórmula não seja boa – porque é, e muito. Entretanto, esse filme em específico requer certa ousadia que a Marvel arriscou tomar. O longa é um dos mais – se não o mais – distinto dentro desse universo que já existe há dez anos. Logo de início, a manivela que gira Pantera Negra é diferente de tudo o que o estúdio já apresentou nos recentemente.

De cara, já é perceptível que o diretor Ryan Coogler (conhecido por Creed: Nascido Para Lutar) faz uma distinção bem clara entre as áreas de baixo estrato social dos Estados Unidos e das paisagens já conhecidas dos espectadores, como a resplandecente e quase divina Nova York.

Esse contraste visual é ainda mais dilatado no decorrer do filme, conforme Wakanda é devidamente apresentada – dessa vez, oficialmente, e não apenas vislumbres. O figurino dos personagens parece ter vida própria e faz uma ponte bastante coerente com tribos já existentes no sul da África. O próprio uniforme do Rei T’Challa (Chadwick Boseman) tem uma vivacidade única, ainda mais depois que sua irmã, Shuri (Letitia Wright), faz modificações na modelagem.

Apesar de possuir uma corrente visual muito forte, peculiar e com muita identidade, o maior mérito de Pantera Negra está em sua história e na maneira como essa trama é construída envolta de peculiaridades reais. Do início ao fim, o filme possui uma corrente política muito forte. Primeiro, com seu vilão, Erik Killmonger (vivido pelo ótimo Michael B. Jordan) – que, por sinal, é o melhor da Marvel até o momento, com justificativas críveis e realmente apresentando uma ideia de ameaça imediata.

As próprias motivações do personagem têm toda uma base na realidade socioeconômica do mundo contemporâneo, em que Killmonger tenta ajudar as pessoas negras que vivem marginalizadas na sociedade. O vilão acredita que Wakanda precisa fazer mais para ajudar essas pessoas que sofrem com o preconceito diário e com a segregação social.

Além disso, é um filme que conversa muito com os tempos atuais vividos pelas pessoas no mundo – mais especificamente pelas pessoas nos Estados Unidos e na Europa. Não é à toa que há até mesmo uma referência ao muro que o presidente dos EUA, Donald Trump, está construindo e uma à crise de refugiados que tem sido assunto em todo o mundo durante os últimos anos.

Ademais, toda essa noção de diversidade e de racismo é muito bem explorada no filme, sem nunca apelar para o piegas ou acabar soando forçado. Além do vilão atuar como um defensor dessas pessoas marginalizadas – fazendo com que essa luta entre bem e mal seja muito menos maniqueísta do que o usual -, Pantera Negra como um todo é um carta de amor de Ryan Coogler, evidenciando a importância de representatividade no, e fazendo isso com um elenco formidável.

 

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Esse elenco recheado é definitivamente uma das melhores coisas do filme. Mesmo que seja um longa centrado na figura de T’Challa e em sua ascensão como rei de Wakanda, Ryan consegue explorar muito bem os outros personagens em tela, sem se estender muito e conseguindo criar um ótimo background de relações, principalmente quando se trata da dinâmica entre T’Challa e sua irmã Shuri.

Apenas para exemplificar: nomes como Lupita Nyong’o, Danai Gurira, Forest Whitaker, Daniel Kaluuya, Andy Serkis e Sterling K. Brown são apenas algumas das pessoas que estão em volta dos protagonistas, mas também têm seu tempo em tela e fazem um ótimo trabalho.

Apesar da relação clara entre a trama, os personagens e a política, no fim, Pantera Negra é um filme da Marvel – ainda que de cara nova. As cenas de ação tão clássicas dos filmes de super-herói estão presentes e são lindas – principalmente por conta da paleta de cores distinta dos uniformes das Dora Milaje, a guarda real do rei, em contraposição com o uniforme de Killmonger.

Outro mérito do filme é em como consegue ser consistente e independente apesar das amarras que o ligam ao resto do universo Marvel. O único paralelo que é necessário com o resto dos longas do universo cinematográfico Marvel é ter assistido a Capitão América: Guerra Civil, que marcou a primeira aparição de T’Challa no cinema.

No fim das contas, Pantera Negra consegue sem dificuldade alguma entrar para a lista de melhores filmes da Marvel e como um dos melhores filmes de super-heróis no geral. Diferente, ousado, político, engajado socialmente e sem perder a alma dos filmes de super-herói, é um dos melhores do MCU, e quiçá um dos melhores longas dos últimos tempos. É um filme que se mantém fiel aos quadrinhos do personagem e que consegue, ao mesmo tempo, ser relevante socialmente e muito divertido. Pantera Negra é o filme para o qual as pessoas ainda não estão preparadas.

 

Nota: 10/10

Ficha técnica:

Direção: Ryan Coogler

Roteiro: Ryan Coogler e Joe Robert Cole

Data de lançamento no Brasil: 15 de fevereiro de 2018

 

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