Crítica | Pokémon – O Filme: Eu Escolho Você

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Pokémon foi um marco na vida de muitas pessoas. Seja pela franquia de jogos que angariou fãs pelo mundo inteiro, com gerações e mais gerações novas dos monstrinhos, ou pelo desenho animado que fazia com que crianças e adolescentes parassem diante da televisão para ver as aventuras de Ash, Pikachu e companhia. Entretanto, com o passar do tempo, tanto os jogos quanto o desenho deixaram de ser tão interessantes. Os games começaram a mostrar diversas repetições de tramas, além de personagens rasos e pokémon pouco interessantes. O desenho animado perdeu público pelo mesmo fator: a mesmice do roteiro, personagens nada carismáticos e uma história que não vai a lugar algum. O vigésimo filme da franquia, Pokémon – O Filme: Eu Escolho Você é a representação de tudo isso em apenas uma hora e meia de filme: uma história que não inova, com personagens pouco desenvolvidos e nada interessantes.

A trama do filme serve como um tipo de reboot para a saga já consagrada, mostrando Ash com seus dez anos indo encontrar o Professor Carvalho para conseguir seu primeiro pokémon. Depois de ficar com Pikachu e começar sua aventura, a trama já diverge da original. As principais diferenças são o fato de que Brock e Misty não estão presentes na história – nem mesmo como líderes de ginásio -, a própria história – que vai por um viés místico envolvendo o pokémon Ho-Oh – e as gerações de pokémon que se misturam durante o filme, com criaturas de regiões diversas reunidas no mesmo lugar.

O longa acerta em cheio quando se trata de oferecer fan service ao público que já conhece o material original. As referências a cenas da primeira temporada de Pokémon são muitas, além do óbvio: a música tema clássica do desenho animado. Para os conhecedores a fundo do universo Pokémon, o filme funciona para se deliciar em cenas nostálgicas e tocantes do desenho original, além de também apresentar particularidades dos games. O grande problema nesse emaranhado de fan service é o fato de tudo isso ser basicamente gratuito. As referências são simplesmente jogadas para o público para que haja aquele sorrisinho e aquele arrepio no braço, mas quando se trata de apresentar uma história original de qualidade, o filme se perde e depende completamente da questão nostálgica.

O erro no enredo é perceptível ao longo do filme: a história não funciona para os fãs do desenho ou dos jogos porque é mal contada e praticamente inútil. E também não funciona para os novatos que querem conhecer melhor o universo porque o filme apresenta de maneira chula o mundo pokémon. Para complementar essa receita de desastre, os personagens coadjuvantes são ridículos. Os dois que substituem Misty e Brock parecem ter histórias próprias bastante interessantes, mas que acabam totalmente desperdiçadas e ignoradas durante o filme. A equipe Rocket nem se fala: os três capangas nem de alívio cômico funcionam e parecem colocados no filme mais por obrigação do que por qualquer outro motivo.

As bizarrices que a trama apresenta não funcionam nada bem. Para os que já jogaram os games de Pokémon (especialmente os de DS e 3DS), eventos sobrenaturais são bastante comuns, mas não há nada que explique as extravagâncias da história. Se isso não estiver claro o suficiente, é fácil de explicar dizendo que Pikachu chega a falar no filme. Sim, falar. O monstrinho de Ash vira para o treinador e explica por que não entra em sua pokebola. Como se não bastasse, o filme conta com algo parecido com viagens interdimensionais, entre o mundo dos vivos e dos mortos. É difícil de explicar considerando que fica ainda mais confuso no longa.

Se o vigésimo filme de Pokémon deveria ser motivo de comemoração por conta dos 20 anos do lançamento do primeiro episódio do desenho animado, no fim, acaba apenas mostrando os sinais de desgaste que a marca vem apresentando há alguns anos. Os games parecem não convencer como antigamente e o desenho animado, que perdeu grande parte de seu público nos últimos anos, caiu na mesmice, sendo até mesmo alvo de zoeiras. Com um roteiro extremamente fraco, personagens mal desenvolvidos e falta de originalidade, Pokémon – O Filme: Eu Escolho Você vai ficar marcado como um dos piores filmes do universo e um dos mais fúteis.

Nota: 2/5

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