CRÍTICA | ONDE ESTÁ SEGUNDA?

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Dirigido por Tommy Wirkola, Onde Está Segunda? (What Happened to Monday) é mais uma produção original da Netflix de ficção científica que se passa no futuro de 2043. A trama circula em torno de uma grave crise envolvendo a escassez dos recursos da terra devido a superpopulação do planeta, e para amenizar essa escassez, o governo implanta – especificamente nas famílias com mais de um filho – o método da política de filho único, denominado “Lei de Alocação a Criança”, método esse que tem por objetivo “amenizar” por um período de tempo, a diminuição dessa população e a melhora dos recursos. O método consiste numa possível hibernação – por anos – das crianças.

Interpretada pela atriz Glenn Close, a autoridade Nicolette Cayman implanta o método em grande parte dos países, alegando que o grande número de crianças – muitas delas gêmeas – podem continuar “quebrando” o planeta por causa de sua existência, e que esse método “ajudaria” nesse período de tempo, a recuperar os recursos de sobrevivência e, na teoria, as crianças voltariam para seus lares quando tudo estivesse melhor.

Mesmo com toda a segurança e reforço na fiscalização desse controle de pessoas sendo feita através de uma pulseira eletrônica – que confirma a identidade de quem a pertence, Terrence Settman (Willem Dafoe) torna-se avô de sete meninas, em que as identidades são representadas pelo nome da mãe, Karen Settman que morre no parto. A partir disso o filme começa a tomar forma e a fazer o espectador entender como funciona o esquema feito pelo avô das meninas em relação a conseguir ocultar suas 7 identidades (interpretadas pela atriz Noomi Rapace).

O início do filme é bem devagar, talvez pela questão do diretor realmente querer mostrar para quem tá assistindo os detalhes de como a trajetória das meninas acontece em si. As cenas em que as netas compartilham os momentos diários com o avô são apresentadas por flashbacks, então foi um ponto bem positivo, porque pega a essência de como era a relação das meninas com ele, e mostra o quanto ele tentou protegê-las daquele momento tão tenso. A gente só vai sentir a ação do filme de verdade quando as meninas já estão mais velhas, que é quando acontece o ápice do desenrolar de toda a história. A partir daí o filme se desenvolve de uma manira muito boa e vai criando mais dinâmica. 

Com receio de que suas netas fossem descobertas, Terrence então resolve identificar cada neta de acordo com os dias da semana, com isso, ele consegue organizar uma rotina que facilita o cotidiano das meninas, onde se faz necessário que elas se comportem exatamente do mesmo jeito quando estiverem fora de casa, criando uma única identidade com característica específicas. Após 30 anos – já com o falecimento de seu avô, Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado e Domingo vivem a rotina que ele tanto buscou para protegê-las. As meninas se revezam e fazem um tipo de reunião todos os dias para mostrar, através da pulseira eletrônica, tudo o que aconteceu durante o período em que estiveram fora.

Num dia atípico,  Segunda  precisa substituir uma de suas irmãs, só que muita coisa acontece num curto espaço de tempo e desconfianças são geradas durante a substituição. A irmã então desaparece e não se comunica com as outras, gerando preocupação entre elas. As irmãs começam e a se expor de uma forma bem diferente do que o de costume, e muitas coisas vão sendo descobertas durante essa exposição. 

[SPOILER ALERT: a partir do próximo parágrafo até o penúltimo, nossa crítica contém spoilers]

No decorrer do filme, as irmãs de Segunda descobrem que ela foi “sequestrada” por se envolver num golpe com a ativista Nicolette Cayman, que num determinado momento descobre que há mais de uma identidade de Karen Settman, que faz um acordo – escrito, onde Segunda precisa assinar. Ao assinar, Segunda seria a única a adquirir a identidade que levava o nome de sua mãe, e ao descobrir que estava grávida de gêmeas, pensou no futuro das filhas, pois não queria que as mesmas passassem por tudo o que ela precisou passar com as irmãs, nem mesmo correr o risco de separá-las. De acordo com o contrato, para manter a segurança das filhas, é necessário que Segunda entregue suas irmãs.

O avô das meninas era ciente de que as crianças não dormiam, e sim eram cremadas, assim, haveria um tipo de diminuição da taxa de natalidade, por isso tentou durante todos esses trintas anos ajudar as netas a se esconderem da melhor forma possível, treinando-as em relação a toda e qualquer situação que pudesse vir a acontecer com elas. Quem também acaba descobrindo esse processo são duas de suas irmãs – as que conseguem lutar pela sua sobrevivência, e expõem o caso numa reunião oferecida pela ativista política, onde tudo é desmascarado.

O elenco foi muito bem escolhido, mas, a atuação de Noomi, especificamente, está impecável. Com uma bagagem de filmes fortes como Prometheus, Alien, Sherlock Holmes, e a primeira franquia de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, a atriz mostra sua versatilidade em carregar sete personagens numa tacada só – ok, sabemos que a questão de efeitos visuais se faz extremamente presente – e muito bem executados nesse ponto, mas o que estamos afirmando aqui é o desenvolvimento e a peculiaridade que a atriz faz transparecer em cada uma das irmãs, o que faz o espectador ter mais vontade de continuar assistindo ao filme.

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