Crítica | Guardiões da Galáxia Vol. 2

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Se você não é tão fã de quadrinhos provavelmente não deveria ficar encantado por um time de heróis que conta com um guaxinim, uma árvore falante, um humano e outros dois extraterrestres coloridos, ao menos não antes de 2014. Porém, Guardiões da Galáxia chegou como não queria nada, não se levando a sério e se tornou um dos grandes sucessos dos últimos anos. O filme arrastou multidões aos cinemas e a cobrança por uma continuação foi inevitável. E, para alegria do público, podemos dizer que James Gunn repete a dose de excelência no segundo filme.

Enquanto que o primeiro filme da franquia teve seu enredo focado em estabelecer os personagens e formar a equipe, a seqüência tem por objetivo fortalecer essa relação e o faz da melhor forma. Podemos dizer que as relações interpessoais constituem o tema central de Guardiões da Galáxia Vol. II.

Logo no início do filme, Peter encontra seu pai, Ego (interpretado pelo talentoso Kurt Russell) e vê no encontro a oportunidade de encontrar respostas que busca desde criança (e que perduraram durante todo o primeiro filme). Entretanto os dilemas familiares não param por ai. O filme todo foca bastante no tema família, seja ela constituída naturalmente ou por “afinidade”. Temos, por exemplo, o relato da relação problemática entre as irmãs Nebulosa (Karen Gillan) e Gamora (Zoe Saldana) e as marcas de sua criação por seu pai, o poderoso Thanos. Além delas, também pudemos ver Yondu (Michael Rooker) ter seu papel de pai reconhecido por Peter, que até então acreditava que o mercenário mantinha contato com ele apenas por interesse e até mesmo Drax (Dave Bautista), Rocket e Groot são inseridos em contextos que envolvem suas relações para com os outros e, por vezes, a natureza caótica e essencial de cada uma delas. Em meio a tudo isso uma das coisas que logo chama a atenção é como o bem costurado roteiro de Gunn consegue gerenciar todos esse núcleos sem deixar que os personagens sejam ofuscados ou escanteados, desenvolvendo suas histórias paralelamente.

A trilha sonora divertida e nostálgica continua sendo um fator bastante marcante no filme, permeando até mesmo a história em cenas como a que Peter e seu pai conversam sobre suas letras e fazem citações de músicas. Apesar da fórmula por vezes soar um tanto quanto forçada, como com os constantes pedidos de Rocket para que sejam tocadas “as músicas do Peter”, não chega a incomodar, pelo contrário, criam um clima sarcástico que dá um ar “cool” às cenas frenéticas de ação. Outro fator de destaque do filme é sua comicidade. A maior parte das cenas que fazem uso do humor acabando ficando a cargo de Drax, Groot e Rocket, mas até mesmo Peter participa de alguns momentos de alívio cômico. E, diferente da já batida “fórmula Marvel”, Gunn consegue dosar bem essas “sacadas”, fazendo com que o filme consiga ser engraçado quando pode e sério quando precisa.

Impossível não destacar também os deslumbrants efeitos visuais, como os utilizados no trono da sacerdotisa Ayesha (Elizabeth Debicki), que formam uma única peça com o seu figurino demonstrando toda imponência e soberania de seu reino, Os Soberanos.

As novas adições do filme, como Sylvester Stallone, parecem entrar já se sentindo em casa, o que é bom, já que foi dito que haverá novas participações do ator no Universo da Marvel. Um outro aspecto interessante é a importância de Yondu, Mantis e Nebula no enredo da nova produção, o que deixa claro que os Guardiões da Galáxia constituem uma equipe que pode vir a ser cíclica, abrindo inúmeras possibilidades para continuação da franquia. E Stan Lee, tem uma das suas melhores participações dos filmes da Marvel, dando um sentido a todas as suas aparições até agora.

Com inúmeras referências à cultura pop, batalhas coloridas e trilha sonora impecável, Guardiões da Galáxia Vol.2 se estabelece entre os lugares altos do hall dos filmes de super heróis, e, como sempre, da forma mais original impossível. James Gunn demonstra conhecimento de causa no uso de tudo possível dos quadrinhos e deixa infinitas possibilidades para Kevin Feige e os produtores da Marvel Studios aproveitarem dentro do Universo Cinematográfico. Agora resta aguardar para ver essa galera se reunir com os Vingadores na Guerra Infinita e, de preferência, ensinando como ser cômico sem forçar a piada.

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